Com um investimento de cerca de 10 milhões de euros, o Grupo Lusiaves tornou-se na primeira empresa nacional a ter em pleno funcionamento um parque fotovoltaico resultante do Leilão Solar 2019, promovido pelo Ministério do Ambiente e da Transição Energética.

A inauguração do Parque Fotovoltaico da Quinta da Cruz, em Soure, foi assinalada, a 30 de Novembro, com a presença do secretário de Estado do Ambiente e da Energia, João Galamba. A unidade de produção eléctrica está a funcionar há cerca mês.

De acordo com o presidente do Conselho de Administração daquele grupo empresarial, Avelino Gaspar, a Lusiaves “sentiu o pragmatismo e a celeridade” da secretaria de Estado tutelada por Galamba, medida que faz “diferença num país em que a burocracia ainda nos faz perder o entusiasmo para investir mais”.

“O caminho do nosso Grupo nesta matéria [sustentabilidade ambiental] começou há muitos anos, mas foi há 10 anos que demos um salto importantíssimo com a criação da Made Better, a nossa empresa especificamente vocacionada para a produção de energia eléctrica através de fontes renováveis”, afirmou o comendador Avelino Gaspar.

O presidente do Grupo Lusiaves reforçou ainda a ideia de que os investimentos na área da sustentabilidade ambiental “são investimentos que nos permitem atenuar o forte impacto do aumento dos custos energéticos que, como todos saberão, tem um peso enorme nos nossos custos globais”. Investimentos esses que, segundo Avelino Gaspar, “permitem evitar anualmente a emissão de cerca de 15.000 toneladas de CO2”.

Durante a sua intervenção, o comendador assegurou que “o grupo continuará a estar na linha da frente da sustentabilidade ambiental, desta forma contribuindo para apoiar as comunidades onde desenvolvemos a nossa actividade”.

Já o secretário de Estado, João Galamba, afirmou que “Portugal tem aqui uma grande oportunidade na transição energética, o que torna o nosso país mais competitivo nesta indústria, mais descarbonizado e com a energia mais barata da Europa”, anunciando a aprovação, em Conselho de Ministros, do programa de “agilização do licenciamento ambiental” para projectos de energias renováveis, Simplex.

De acordo com o governante, “estas medidas servem para o país aumentar a sua capacidade de autonomia na produção de energia”, sendo este passo “decisivo, do ponto de vista macroeconómico para o país”, porque o custo de importação de energia tem “um peso enorme” na balança externa nacional. “A transição para novas fontes de energia é absolutamente essencial”, porque o país tem de ser capaz de “deixar de ser só importador” para passar a ser “crescentemente exportador” da energia, a qual terá de vir de fontes renováveis, acrescentou.

Entre a Central Fotovoltaica Quinta da Cruz e as unidades de produção de autoconsumo (UPAC), os investimentos do grupo, em 2022, superam os 15 milhões de euros, “sendo de extrema importância para a empresa esta aposta numa solução de relação de custo da energia, cujo valor tem sofrido aumentos significativos nos últimos tempos”, concluiu Avelino Gaspar.

Os 30 mil módulos da Quinta da Cruz, empresa do Grupo Lusiaves, totalizam uma capacidade instalada de 17,37 MW e uma produção anual que será suficiente para fornecer electricidade a mais de 8000 habitações familiares portuguesas.

Quanto ao futuro, Avelino Gaspar foi taxativo: “o futuro, seja qual for o itinerário ou os projectos a abraçar, terá de ser construído sobre três pilares: o compromisso sério pela protecção dos recursos naturais, a inovação tecnológica, que nos permite fazer mais e melhor, e o desenvolvimento de uma economia circular”.

[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]