Depois de “um ano muito intenso”, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Ansião (AHBVA) veste-se de festa, a 18 de Dezembro, para celebrar o 65º aniversário. Em dia de festejo benzem-se três novas viaturas, há estagiários a ingressar na corporação e a entrega de medalhas de reconhecimento aos elementos que se destacaram pelo serviço à comunidade. A efeméride fica ainda marcada pela entrega do crachá de Ouro a uma empresa concelhia, que “tem dado um apoio incontornável aos Bombeiros de Ansião”.
Rui Rocha, presidente da direcção da AHBVA, revela que “as comemorações retomam os moldes de antes da pandemia, em que convidamos toda a população a assinalar a data connosco”. Afinal, depois de dois anos de pandemia e de um ano em que o concelho, e os concelhos limítrofes, se viram arrasado por um dizimador incêndio que lavrou durante dias e deixou para trás um rasto de destruição, a corporação volta a ter um dia de festa, com “o merecido reconhecimento pelo trabalho que desenvolvem 365 dias por ano, a troco de quase nada”.
Em dia de aniversário, os BVA dão as boas-vindas a 20 novos estagiários. Os novos elementos juntam-se a uma equipa de cerca de 80 elementos, “um número que não sendo o ideal satisfaz as necessidades do território”, assegura Rui Rocha, lamentando “a dificuldade que existe na recruta de novos elementos”. Para isso, o dirigente sublinha a necessidade de “continuar a apoiar estas mulheres e homens com benefícios ficais e sociais”.
Apoio ao voluntariado
Mostrando que o “apoio aos voluntários é fundamental”, o responsável relembra que “para garantir que o voluntariado possa permanecer é peremptório que o Estado não deva permitir que existam discrepâncias entre municípios”, e explica que “deve haver um regime nacional de benefícios aos bombeiros”, e que estes devem ser “significativamente melhorados”.
Ainda sobre os a posição do Estado em relação às corporações de Bombeiros, Rui Rocha lamenta que “a tutela não pague o justo valor pelos serviços prestados”, assinalando a “actualização dos valores pagos pelo transporte de doentes não urgentes, que não sofria alteração desde 2011”, uma actualização de “cinco cêntimos, que de acordo com o despacho passou de 51 cêntimos, para 56”. Considerando “uma melhoria”, o líder recorda que “estes valores não pagam o custo real do transporte”, tendo em conta “não só o aumento do custo dos combustíveis, como também a mão-de-obra humana”.
“Muitos pensam que os Bombeiros são altamente subsidiados, o que é falso”, para Rui Rocha, a verdade é que “os subsídios são bem-vindos, mas marginais para os orçamentos de instituições desta importância comunitária”, uma questão que “deve levantar grandes preocupações aos governantes”.
Actualização de salários
No que diz respeito aos profissionais, a “actualização dos salários deve ser revista”, assim como a “progressão da carreira”. O responsável adianta que “há muitos desafios a ter em conta”, no entanto “a saúde financeira da instituição é equilibrada”, com a premissa de que “temos uma gestão muito apertada, onde não podemos avançar com grandes investimentos sem ter a certeza de que os vencimentos dos nossos 29 colaboradores estão assegurados”.
Rui Rocha adianta que a corporação passa a ter “ao serviço da população mais duas ambulâncias e um veículo de comando, financiadas integralmente pela Associação, com o apoio de beneméritos”. O presidente dos Bombeiros Voluntários de Ansião (BVA) admite que é “necessário dar continuidade à renovação da frota automóvel da instituição”.
O presidente da AHBVA lamenta ainda que as corporações de bombeiros acabem, muitas vezes, por adquirir equipamentos através “de subsídios das câmaras municipais ou beneméritos”, que “mostram uma grande sensibilidade e uma maior generosidade pela causa dos Bombeiros, e uma grande insensibilidade por parte do Estado”.
“Felizmente temos tido o apoio de muitos, mas existem situações que devem ser acompanhadas noutras instâncias”, como a “renovação da frota de veículos de combate a incêndios, que esperamos que seja contemplada por fundos comunitários, uma vez que estamos a falar de veículos que podem custar mais de 200.000 euros”.
Desafio à população
Já de olhos postos em 2023, Rui Rocha adianta que nos primeiros meses do ano a instituição vai promover “um cortejo de oferendas por todo o concelho”, onde “lançamos o desafio à população de ajudar na causa dos Bombeiros”. Um evento que pretende “não só aproximar a população da colectividade, como também amealhar algum dinheiro para o reapetrechamento da corporação”, lembrando que “o custo dos Equipamentos de Protecção Individual é elevadíssimo, e necessário não só para o combate a incêndios, mas para todo um conjunto de solicitações” com que nos deparamos o ano inteiro.
“Queremos estar com a população não só quando é preciso, mas também em momentos de confraternização, onde se possa ter um contacto mais directo com a realidade dos Bombeiros”, revela Rui Rocha, convidando a população a participar dos eventos comemorativos do 65.º aniversário dos Bombeiros Voluntários de Ansião, assim como da festa de Passagem de Ano, onde a Junta de Freguesia de Ansião, os Bombeiros Voluntários e o AlibaBar, estão a preparar a montagem de uma “tenda de grandes dimensões, na parada do quartel dos Bombeiros”, assegurando “uma noite de grande folia com um programa que conta com muita animação”.
ANA LAURA DUARTE
[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]
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