Portugal continua a caminho da cauda da Europa no que respeita à riqueza criada por habitante (PIB per Capita). A última notícia é que em 2024, será a vez da Roménia nos ultrapassar. A Roménia! É difícil de compreender que após mais de 30 anos de Comunidade Europeia, vários quadros comunitários de apoio depois, não consigamos sair desta tendência medíocre no que se relaciona com o desempenho da nossa economia.
Podemos ser muito mais reconhecidos como destino turístico, mas isso não nos retira de uma caminhada medíocre que os políticos em funções executivas não gostam de enfrentar. Jamais se consegue resolver um problema se não houver capacidade de reconhecer que são necessárias correcções. Precisamos ser mais rápidos e mais eficazes. Precisamos ler mais, aumentar níveis escolares e culturais, com exigência, porque se assim não for, “a geração mais qualificada de sempre” não passará de um mero indicador estatístico que em nada vai contribuir para mudar Portugal.
Precisamos de maior celeridade do Estado, precisamos de menos burocracia que atrasa investimentos e inibe a criação de riqueza. Precisamos de mais foco na economia e mais prioridade na valorização do tecido económico português. Sem empresas fortes e competitivas, não conseguiremos inverter o sentido da caminhada rumo à cauda da Europa.
Para isso, não podemos ter Governos que se inibem de apoiar a economia, criar boas condições de regulação, bem como estimular a fusão de empresas, de modo a ganharem escala, massa crítica e competitividade. Precisamos reter talentos. Precisamos de um estímulo forte vindo de um projecto estratégico de diminuição de impostos. Precisamos de um Estado com capacidade de resposta. Um mau exemplo que experimentamos recorrentemente ao longo dos anos, é a incapacidade das estruturas que analisam candidaturas a fundos europeus, não estarem preparadas porque não foram devidamente planeadas.
Precisamos de uma estratégia nacional objectiva que envolva a sociedade portuguesa como um todo, centrando no indicador PIB per capita, prioridades de acção. Precisamos de ambição e menos mediocridade. Precisamos de muito mais exigência e de mudar o discurso político. Precisamos, talvez, de menos mensagens politicamente correctas porque as pessoas não são todas iguais e porque não podemos nivelar por baixo, seja nas escolas, nos demais organismos do Estado ou nas empresas. Precisamos de mais atitude e de mais esforço porque, sem isso, é difícil competir com os melhores. Precisamos com humildade perceber que temos de arrepiar caminho, com coragem política e cívica.
Todos têm um papel importante para este desígnio, mas sem bons exemplos de quem tem mais poder mediático, as dificuldades continuarão e o mal continuará entranhado na sociedade portuguesa. Em 2024, seremos ultrapassados pelos romenos. Em riqueza por habitante. É o que temos e realmente é uma vergonha! Talvez a maioria fique mais aborrecida quando o clube do coração perde, mas isto deveria provocar um tumulto nacional de inconformismo.
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