O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Soure admite que a instituição pode vir a ter de recorrer a um empréstimo bancário para fazer face ao aumento de custos projectados para a empreitada de requalificação do edifício do lar antigo e centro de dia.
“A candidatura aprovada pelo Programa [de Alargamento Rede de Equipamentos Sociais 3ª Geração] Pares 3.0 financia 80% dos pouco mais de 700.000 euros então previstos, mas o aumento exponencial das matérias-primas e da mão-de-obra obrigou a uma revisão minuciosa dos custos, que aponta agora um acréscimo da ordem dos 40%, para cerca de um milhão de euros”, explicou Manuel Ramos Martins ao TERRAS DE SICÓ, à margem das comemorações dos 500 anos daquela misericórdia, assinalados no passado sábado (12), com a inauguração do Centro de Memória e das novas instalações dos serviços centrais, na antiga Casa dos Magistrados.
Segundo o dirigente, trata-se de “um projecto muito maturado, com valores de 2018, e foi com esses que nos candidatámos”. Agora, sem que se vislumbre “qualquer reforço de verbas do Programa PARES”, Manuel Ramos Martins admite o recurso a financiamento bancário para a sua execução, que terá de estar concluída em 2024.
“A obra é uma necessidade premente, é o edifício mais antigo e precisa de uma remodelação premente”, afirma o provedor, sobre um espaço que acolhe 56 utentes na valência de lar e ainda o centro de dia.
A Misericórdia de Soure assinalou o meio milénio da sua fundação com dois anos de atraso devido à pandemia e numa altura de “grandes desafios para as instituições sociais”, em que a sua sustentabilidade “começa a estar em causa”, alertou o provedor.
No âmbito do programa comemorativo, que teve ainda uma missa de acção de graças, o bispo de Coimbra, D. Virgílio do Nascimento Antunes, procedeu à bênção e inauguração do Centro de Memória e das novas instalações dos serviços centrais da instituição.
O Centro de Memória é constituído por um núcleo museológico e um centro de documentação, onde está exibido o “valioso património” da Misericórdia de Soure, que ilustra o percurso histórico da instituição desde 1520, com recurso a textos, imagens, objectos e documentos, alguns inéditos, pretendendo constituir-se como um pólo cultural de referência, quer na preservação das memórias e da sua história, quer na dinamização do seu património cultural junto da comunidade.
[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]
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