A Câmara de Coimbra considerou hoje que a ligação do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM) a Condeixa é “uma boa surpresa”, mas defendeu que não podem ser esquecidas expansões a outras zonas urbanas.
“Fomos apanhados completamente de surpresa, contudo é uma boa surpresa para Coimbra, porque responde, de certa forma, àquilo que têm sido as nossas reivindicações”, disse à agência Lusa a vereadora da Câmara de Coimbra com o pelouro dos transportes, Ana Bastos.
A responsável comentava a proposta do Plano Ferroviário Nacional (PFN), apresentado na quinta-feira, que prevê a expansão do SMM, que será servido com metrobus (autocarros eléctricos), que se encontra em execução, ao concelho de Condeixa, passando pela margem esquerda do Mondego, na cidade de Coimbra.
“O processo do metrobus não deve parar pelo traçado que tem actualmente. Por isso, alegra-me que o próprio Governo esteja sensível a isso, prevendo a expansão para sul, até Condeixa, onde considero que há uma ligação funcional que justifica essa expansão, e que vai dar uma resposta à margem esquerda do Mondego. Agora, não podemos é esquecer que há outras zonas urbanas que carecem dessa expansão e não estão previstas no Plano Ferroviário Nacional”, vincou, apontando para casos como o Bairro Norton de Matos, a Pedrulha ou a Adémia.
Segundo Ana Bastos, nem a Metro Mondego nem a Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra foram auscultadas no processo, recordando que a CIM tem promovido um estudo “exactamente sobre expansões [do SMM] a concelhos vizinhos, como Mealhada, Cantanhede e Condeixa”.
Para a vereadora, a ligação a Condeixa “faz todo o sentido”, por não haver alternativa, concordando com a proposta do PFN que, a norte, procura “tirar todo o potencial da linha ferroviária do Norte que já existe”.
“No que respeita à Mealhada [que também defendia uma ligação ao SMM], nunca tive dúvidas: há que dinamizar a linha ferroviária. Um BRT [bus rapid transit – metrobus], normalmente, é uma forma de tornar mais barata a construção e exploração de um determinado canal. Nesse caso, um canal ferroviário já existe e, portanto, há que o dinamizar com linhas urbanas”, defendeu.
Nesse sentido, Ana Bastos espera que o PFN possa promover ligações urbanas entre Coimbra e cidades e concelhos à sua volta, como Figueira da Foz, Pombal, Soure, Mealhada ou Aveiro.
“Não faz sentido um utilizador de comboios pagar mais do dobro para ir de Coimbra a Aveiro do que aquilo que paga se for de Aveiro para o Porto [já com serviço urbano]. Todas estas assimetrias têm de ser corrigidas no âmbito do Plano Ferroviário Nacional”, asseverou.
Para Ana Bastos, “há um logo trabalho a fazer”, no sentido de ligar o metrobus às ligações ferroviárias urbanas quer para norte, oeste ou sul, com tarifários “apelativos e que tragam pessoas a Coimbra de comboio, numa óptica meramente urbana”.
LUSA
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