A invasão da Rússia à Ucrânia, os aumentos dos custos energéticos, a inflação que acabou por subir para níveis muito próximos de 8% e a consequente acção dos bancos centrais no aumento das taxas de juro, para além das rupturas nas cadeias globais de distribuição, estão (outra vez) a mudar o mundo. A ideia de estabilidade é um “sonho” de alguns políticos que ao não aproveitarem os tempos de bonança para preparem os países para os tempos menos bons, cometem uma omissão grave. Se pensarmos que a pandemia durou quase dois anos e que a China, por manifesta insuficiência na vacinação da sua população, voltou a “encerrar” cidades, existe, hoje, um verdadeiro desafio de análise das ameaças e das oportunidades para as empresas.
Se estamos feitos num oito? Alguns estarão, outros saberão contornar as ameaças. As empresas com actividade comercial de exportação poderão encontrar novas oportunidades porque a China e boa parte do leste europeu vivem conjunturalmente tempos mais difíceis, os tempos da logística marítima estão muito mais longos e, tudo junto, há novas oportunidades para a indústria de maior proximidade aos centros de decisão.
As empresas que dependem sobretudo do consumo interno enfrentarão muito provavelmente quebras de negócio em 2023 que será o ano mais crítico. Com os serviços de dívida mais elevados, é importante o controlo de outras rubricas de despesa, assim como a monitorização permanente da gestão.
Em qualquer caso, Portugal continuará a ser um bom destino turístico, e continuará a atrair algum investimento em sectores mais inovadores. Os sectores tradicionais que, entretanto, ganharam mais consistência e uma imagem de qualidade reconhecida, continuarão o caminho de criação de valor, de modo a poderem acompanhar o aumento de custos com mão-de-obra.
Não haverá transformações, mas certamente que se terão de desenhar novas estratégias. As empresas vivem tempos de mudanças constantes pelo que deverão ser mais ágeis nos seus processos de decisão. Talvez, algumas vezes, tenham de fazer o oito para não ficarem feitas num oito.
E por falar em oito, muitos Parabéns ao Jornal TERRAS DE SICÓ pelo seu oitavo aniversário!
Paulo Júlio
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