Com o objectivo de fazer um “levantamento biológico na tentativa de registar o número máximo de espécies, as três lagoas da Mata do Urso (Lagoa dos Linhos, Lagoa de São José e Lagoa das Correntes), na freguesia do Carriço, recebem um bioblitz no fim-de-semana de 7 a 9 de Outubro.

De acordo com Luís Couto, representante do grupo de cidadãos locais, o evento tem como objectivo prioritário “implementar um plano de restauro de ecossistemas, em ambiente terrestre e marinho”, com um “plano de acção que não deve limitar-se a medidas e metas”, mas sim “estimular o desenvolvimento de propostas que visam facilitar a implementação através de um maior conhecimento científico e popular do local”.

Desta forma o projecto pretende “integrar a biodiversidade como variável central do processo de decisão política e económica e estimular mecanismos que fomentem o envolvimento de actores sociais e económicos no financiamento e implementação das metas delineadas para a conservação das Lagoas da Mata do Urso”, explica em nota de imprensa.

Com a iniciativa, “pretende-se ainda a realização de actividades com a comunidades científica e local para reconhecimento de habitats, espécies, habitats e tradições, nomeadamente através da colecção de fotografias antigas e outros objectos da memória passada e captação de um arquivo oral de descrições e memórias do local e a actividades de gestão activa da conservação da natureza e da biodiversidade, foram identificados como plataforma de colaboração inicial”.

O responsável admite que “as três lagoas da Mata do Urso na Freguesia do Carriço, Lagoa dos Linhos, Lagoa de São José e Lagoa das Corrente, são uma área de interesse para conservação e de acordo com as diferentes agendas de âmbito internacional, europeu e nacional deve ser estudada e preservada”. Assim, esta abordagem “é relevante para a salvaguarda da biodiversidade e a mitigação dos impactos das alterações climáticas, integrando uma rede estrategicamente planeada de zonas naturais e seminaturais, concebida para prestar uma ampla gama de serviços ecológicos”.

Segundo Luís Couto, um dos promotores desta iniciativa “é muito gratificante a abertura de instituições como o ICNF e a vinda de investigadores em regime voluntário de modo a valorizar um património ecológico ímpar da nossa região, que inclui espécies raras e ameaçadas”.

O evento está “integrado num programa de residências científicas sob a coordenação científica da bióloga Ana Marta Costa e do ecólogo Jael Palhas, idealizadas pelo arquitecto paisagista Ricardo Camacho e por um grupo de cidadãos locais representados pelo Luis Couto e a investigadora Gabriela Marques”. A coordenação local estará a cargo de Gabriela Marques que reside naquela freguesia, cuja tese de mestrado incide sobre a Mata do Urso e tem vindo ao longo dos vários anos chamando à atenção para esta região e o seu valor ecológico. Esta actividade é apoiada pelo ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e é promovido pelo Grupo de Cidadãos Eleitores Oeste Independentes.

Esta actividade está aberta a estudantes e população em geral que se queiram inscrever, bastando para isso enviar email para couto_santos@live.com ou ligar para 969228477 até ao 5 Outubro.