23 de Janeiro de 2025 | Quinzenário Regional | Diário Online
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Ansião: Mão alheia não poupou carvalho centenário

17 de Setembro 2022

Quando no final da semana passada Saúl dos Santos de dirigiu a uma das suas propriedades agrícolas teve uma surpresa inesperada: do carvalho centenário que ali fazia sombra restavam apenas as folhagens partidas.

A pouco mais “de 500 metros da área de serviço” de Ansião, junto ao Itinerário Complementar (IC) 8, “alguém entrou no terreno, cortou o carvalho e levou-o”, sem prestar contas a quem quer que fosse e sem que o proprietário tivesse dado qualquer autorização. Aliás, Saúl dos Santos, incrédulo com o sucedido, afirma que “se me tivessem pedido até o tinha dado, ou vendido barato”, confessa.

“Sem querer apontar o dedo a ninguém, até porque não sei quem foi”, o lesado conta que já fez “queixa no posto da GNR” e os militares “já se deslocaram ao local para dar início ao registo” do incidente. Com poucas, “ou nenhumas esperanças de que algum dia venha a saber quem foi autor do roubo”, o ansianense apenas deseja “que quem o levou lhe faça bom proveito”, ainda que considere “uma vergonha e uma falta de civismo” por parte de quem “gosta de viver à conta dos outros”.

“Com tanta lenha ardida por aí e tão fácil de levar”, Saúl dos Santos lamenta que mão alheia se tenha apoderado de uma “árvore com largas dezenas de anos”. O proprietário acredita que o furto se tenha realizado “pela calada da noite”. Por agora, promete ficar atento a outras movimentações na zona.

Pinhal reduzido a nada

Mas este tipo de ‘trabalho’ não é novo. Na vizinha freguesia de Santiago da Guarda, mais precisamente no lugar de Venda do Brasil, também Victor Pina viu “o único terreno de pinhal” da qual era proprietário reduzido a nada. “Foram os pinheiros todos: grandes, pequenos, foi tudo”. Sem perceber “como é que esta gente não tem medo de ser apanhada em flagrante”, o lesado descreve a situação como “inacreditável”.

“Estamos a falar de um terreno com cerca de dois ou três hectares”, onde o ansianense tinha “um pinhal com vários anos”. Não consegue precisar no tempo quando se deu o roubo, sabe apenas que foi “em 2021”, na “altura da pandemia, quando todos estavam mais recolhidos nas suas casas, o que dava alguma margem de manobra” aos amigos do alheio.

Victor Pina explica que apesar de “ser um local de fáceis acessibilidades, é bastante afastado de residências”, o que “facilitou o furto”. No entanto, trata-se de “uma zona de passagem para caminheiros”, aliás, foi assim que a matriarca da família se deparou com o sucedido: “num certo dia a minha mãe resolveu fazer uma caminhada e quando chegou perto do terreno ficou aterrorizada”. Dos pinheiros não havia sinais, “apenas restos de rama sem interesse para quem realizou o trabalho”.

O proprietário florestal acabou por não apresentar queixa junto das entidades, “o mal estava feito e dificilmente algum dia se viria a saber quem foi o autor do crime”. Ainda “falei com vários vizinhos para saber se tinham visto alguém, ou alguma coisa, mas ninguém se tinha apercebido de nada”. Não sabe se o furto foi realizado por “alguém que precisava de madeira e se serviu do que quis, ou se foi operado por madeireiros experientes, que aproveitaram o nosso pinhal para obter um rendimento extra”, lamenta.

ANA LAURA DUARTE

[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]


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