Os incêndios que assolaram o concelho de Alvaiázere no passado mês de Julho não deixaram apenas um rasto de destruição na paisagem, provocaram também feridas profunda no seio da comunidade, que não esquece os momentos de aflição vividos entre 8 e 15 de Julho. De forma a “unir a população, evitar futuras catástrofes e permitir uma comunicação mais facilitada”, Rui Oliveira, residente na freguesia de Almoster decidiu criar um grupo na rede social ‘WhatsApp’ com os contactos que tinha de vizinhos e amigos, também residentes na freguesia.
“Inicialmente o grupo começou com poucas pessoas, apenas com aquelas de quem tinha os contactos, no entanto nos dias seguintes à criação do grupo recebi imensos pedidos de adesão”. Actualmente são mais de 60, um “número bastante grande, tendo em conta que a freguesia não terá mais de 400 habitantes, e onde grande parte não tem acesso a redes sociais ou a telemóveis da última geração”, justifica.
Em pleno século XXI, estas “redes têm a vantagem de nos permitir estar ligados, em tempo real, sendo que por vezes, e sem acesso a este tipo de tecnologias, a informação acabava por se perder, ou até mesmo por ser distorcida”, assim “sabemos por quem foi dada a informação, sem ter de ligar a várias pessoas ou sem perder grande tempo, a confirmar a veracidade dos factos”.
Todos ajudam
Tempo esse que pode ser “determinante para evitar a propagação de um incêndio ou de qualquer outra situação”. Passadas quase três semanas desde que os incêndios devastaram grande parte da freguesia de Almoster e Pelmá, “já não acreditamos nos reacendimentos, mas o certo é que ainda há poucos dias detectámos duas ignições, numa zona de floresta, e que poderiam ter avançado não fosse a rápida acção dos populares”. O alerta foi dado no grupo, e foi prontamente comunicado às entidades: “todos ajudam”, conta Rui Oliveira.
O alvaiazerense revela que desde que o grupo foi criado que os utilizadores se “sentem mais seguros, acima de tudo, porque evita boatos em relação a novos incêndios, muitos deles sem fundamento”. Por ali, o objectivo é a “prevenção”, no entanto existe a possibilidade de que no futuro se “criem sinergias de ajuda a quem perdeu tudo, ou quase tudo nestes incêndios”.
Para já “a Junta de Freguesia está a fazer um levantamento dos prejuízos e a apoiar quem necessita”, revela enquanto explica que já entrou em contacto com as entidades “para perceber se há quem precise de alguma ajuda mais imediata: vamos ver o que vai ser feito e depois logo se vê de que forma é que podemos ajudar”, garante.
Por agora, a iniciativa pretende apenas uma coisa: “que não se volte a repetir a tragédia”, ainda que “enquanto houver maldade, situações como esta nunca estão livres de acontecer”.
ANA LAURA DUARTE
[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]
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