Pombal registou, nos últimos 18 meses, 99 denuncias por violência doméstica, sendo esta uma das principais problemáticas associadas aos processos de acompanhamento pela Comissões de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ).
Num concelho onde o “nível de escolaridade é baixa, a taxa de analfabetismo feminino é mais que o dobro do masculino”, existindo cerca de “20 vezes mais mulheres domésticas do que homens”. E até no desporto se destaca a representatividade masculina, uma vez que as “mulheres representam apenas um terço dos atletas federados”, entre os pombalenses. Estes dados foram revelados pela autarquia, durante o evento de apresentação do Plano Municipal para a Igualdade de Não Discriminação (2022-2025), que aconteceu esta terça-feira (28 de Junho).
Segundo Pedro Pimpão, presidente da Câmara Municipal, “este é um trabalho muito sério e responsável, que foi desenvolvido por uma equipa multidisciplinar” e surge como “instrumento de reflexão e actuação sobre a temática da Igualdade, em geral, da Igualdade de Género, em particular, e da não-discriminação”, assente “num diagnóstico de género, que permitiu pensar e desenhar em conjunto acções que visam orientar a autarquia para políticas públicas promotoras da Igualdade e da Não Discriminação”,
Para o presidente da Câmara Municipal de Pombal, “este documento pretende ser uma base estratégica com vista à promoção da igualdade de género e dos direitos humanos e de cidadania, bem como à construção de uma sociedade mais justa, equilibrada e igualitária, onde todos tenhamos e possamos efectivamente exercer os mesmos direitos, independentemente da identidade de género, orientação sexual, religião, língua, território de origem, convicções políticas ou ideológicas, escolaridade, situação económica ou condição social.”
Já a da Secretária de Estado da Igualdade e Migrações, Isabel Almeida Rodrigues, garante que “Pombal é um exemplo a seguir pelo trabalho desenvolvido neste âmbito”, ou não fosse “o presidente da autarquia também responsável pelo pelouro da Igualdade, Cidadania e Participação”. Durante a cerimónia, a responsável lamentou o “atraso de décadas” nacional face às políticas de igualde e não discriminação que “temos em relação a outros países”, admitindo que “a História nunca foi boa para as mulheres”, e que “há todo um trabalho a ser feito, não só pelas entidades, instituições e governantes, mas por toda a sociedade civil”.
ANA LAURA DUARTE
[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]
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