Os dois incêndios que lavravam no concelho de Pombal estão por esta altura “em fase de rescaldo, consolidação e vigilância”, releva ao TERRAS DE SICÓ o presidente da Câmara Municipal de Pombal, Pedro Pimpão.
O autarca, ainda no terreno, afirma que se tratou de uma noite “péssima” para o concelho, e admite que “na fase inicial do incêndio foi sentida uma enorme falta de meios”, e por isso “é que os fogos tomaram estas proporções”.
Pedro Pimpão destaca que “só ao final do dia de ontem é que recebemos reforços”, e frisa o papel “incrível e incansável de quem esteve no terreno”, nomeadamente “todos os bombeiros presentes no terreno, os voluntários, a protecção civil” e “os próprios populares que tentaram salvaguardar a sua segurança e dos seus bens”.
“Neste momento, com os incêndios em fase de rescaldo, é tempo para fazer um levantamento muito sério dos estragos provocados pelas chamas”, sendo certo que existem “várias casas ardidas e pessoas desalojadas”. O edil revela ainda que “existem pelo menos duas casas de primeira habitação que foram consumidas pelos fogos”.
A Escola Marquês de Pombal é por esta altura um dos “centros logísticos onde foram alojados populares evacuados de várias povoações”, como é caso dos utentes da estrutura residencial para idosos, localizada em Ramalhais (freguesia de Abiul). Pedro Pimpão enaltece “os voluntários, dirigentes associativos, escuteiros e populares”, pela “rápida prontidão no auxilio a estas pessoas mais vulneráveis” e adianta que na sede “das associações de Pousadas Vedras e Sicoense estão voluntários a prestar auxílio aos próprios bombeiros, no que concerne à confecção de refeições e apoio logístico”. O autarca refere, ainda, “os habitantes de Vale Mourão, pela ajuda incrível que tem prestado”.
Numa altura em que os termómetros já marcam temperaturas acima dos 33 graus, “esperamos que a tarde seja mais calma e sem grandes sobressaltos”, sendo que “os meios presentes no terreno vão continuar a vigilar as áreas ardidas no sentido de evitar novos reacendimentos”.
Segundo o sítio na Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil, às 12:46, o incêndio estava classificado como em resolução. Estavam no local 511 operacionais, apoiados por 139 viaturas e dois meios aéreos.
Recorde-se que dezasseis dos 18 distritos de Portugal continental estão hoje sob aviso vermelho, o mais grave, devido ao tempo quente, com mais de uma centena de concelhos em perigo máximo de incêndio rural, segundo o IPMA.
Os distritos de Braga, Vila Real, Bragança, Guarda, Viseu, Porto, Aveiro, Coimbra, Castelo Branco, Leiria, Santarém, Lisboa, Portalegre, Setúbal, Évora e Beja vão estar até às 00:00 de quinta-feira sob aviso vermelho devido à persistência de valores extremamente elevados da temperatura máxima.
De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), o aviso vermelho corresponde a “uma situação meteorológica de risco extremo”.
Devido a estas condições meteorológicas e à previsão de valores baixos de humidade relativa do ar, temporariamente inferiores a 20% em vastas áreas do interior, o perigo de incêndio rural apresentará as classes máximo e muito elevado em quase todo o interior norte e centro e no interior do Algarve até ao final desta semana.
Esta situação de tempo muito quente resulta da circulação de uma massa de ar muito quente e seco, originária no norte de África, que irá persistir até sexta-feira, com valores de temperatura acima ou muito acima da média.
Portugal continental está desde segunda-feira em situação de contingência.
Ana Laura Duarte
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