O 5.º Festival Literário Internacional do Interior (FLII) Palavras de Fogo, que começa na quinta-feira, 16 de Junho, vai ter cerca de 40 actividades em sete concelhos, recolher livros para a Ucrânia e assinar um protocolo com o festival de Jaipur, na Índia.
Nos Paços do Concelho de Alvaiázere, no distrito de Leiria, onde arranca a iniciativa, a coordenadora do FLII, Ana Filomena Amaral, recordou que o festival começou em 2018, “em homenagem às vítimas dos incêndios de Pedrógão Grande”, em Junho de 2017, e na região centro, em Outubro seguinte.
“Este festival tem, desde o início, um lema agregador que é a arte e a cultura como reanimadores de uma região e de um povo”, adiantou, explicando que esta edição é dedicada aos centenários do nascimento de José Saramago, Matilde Rosa Araújo e Agustina Bessa-Luis, aos 80 anos de Adriano Correia de Oliveira, e tem como tema “Sibilas, rebeldes e génios”.
Ana Filomena Amaral salientou, nesta edição, a assinatura de um protocolo de cooperação com o Festival Literário Internacional de Jaipur, “talvez dos maiores festivais do mundo”.
“Tínhamos pensado que seria possível o maior festival do mundo assinar um protocolo de cooperação com o, certamente, mais pequeno e mais recente festival do mundo. Isso vai ser verdade”, referiu a criadora do FLII, antecipando que o acordo “vai projectar” o Palavras de Fogo.
O 5.º Festival Literário Internacional do Interior vai também recolher livros no âmbito da campanha “Livros pela Paz”, que pretende atingir os 10 milhões de exemplares para enviar para a Ucrânia no primeiro dia de paz.
Depois de livros em ucraniano, inglês e russo, o pedido agora é de livros em língua portuguesa.
“Dez milhões de livros (…) é um número simbólico, mas acreditamos que cada português poderá doar um livro para a Ucrânia”, adiantou a escritora.
Quanto ao programa, do festival, a coordenadora destacou, em Alvaiázere, onde decorre a sessão de abertura no dia 16, às 17:00, uma palestra sobre “A figura universal de José Saramago: os passos dados”, pelo professor Carlos Reis, e uma peça de teatro pela Companhia Éter, numa adaptação do livro “O Ano da Morte de Ricardo Reis”.
No dia seguinte, sexta-feira, em Ansião, está prevista a presença de Luís Osório e a apresentação do seu livro “Ficheiros Secretos”.
Ainda no dia 17, em Condeixa, há uma palestra de Maria da Natividade Pires com um olhar sobre Matilde Rosa Araújo, e ainda um painel com os escritores Mbate Pedro, Katia Gerlach e Armando Nascimento Rosa, sobre Saramago.
No sábado, Arganil vai ter um painel dedicado a Saramago com Maria Alzira Brum e Alexandre Gossn, além de Luís Osório, e, em Miranda do Corvo, Jacinto Lucas Pires, Jurema Oliveira, Luís Osório e Maria Alzira Brum estão num painel dedicado a Agustina Bessa-Luís.
No último dia do Festival Literário Internacional do Interior, no domingo, na Lousã, realizam-se duas conferências, uma com o físico Orfeu Bertolami e outra com Fátima Marinho sobre Agustina Bessa-Luís, enquanto em Pedrógão Grande, Carla Maia de Almeida e Jurema de Oliveira vão estar, “num contexto de leitura”, adiantou Ana Filomena Amaral.
Considerando que “não é preciso mais razões para as pessoas aproveitarem o feriado e o fim de semana prolongando”, a escritora Ana Filomena Amaral antecipou uma grande adesão.
Na sessão de apresentação do FLII, a vereadora da Câmara de Alvaiázere Ana Faria realçou a participação do município numa iniciativa “tão importante, não só pelo simbolismo”, da homenagem às vítimas dos incêndios, mas também pela “oportunidade de potenciar o contacto autores, com a cultura”.
Por seu turno, a vereadora da Câmara de Ansião Cristina Bernardino apelou à participação das pessoas num evento que procura “promover a leitura e o gosto pelos livros” e com ligação à História, a tragédia de Pedrógão Grande, para sublinhar o espírito da iniciativa, “renascer das cinzas e construir algo positivo”.
LUSA
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