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LILIANA M. PIMENTEL/RICARDO C. JOAQUIM

Análise do tecido empresarial nas Terras de Sicó

17 de Junho 2022

De acordo com a Recomendação 2003/361/CE adoptada pela Comissão Europeia, em 6 Maio de 2003, uma pequena ou média empresa (PME) é aquela que emprega menos 250 trabalhadores e cujo volume de negócios anual não excede 50 milhões de euros ou cujo balanço total anual não exceda 43 milhões de euros. Sabendo que as pequenas e médias empresas têm um papel crucial na economia portuguesa, o presente artigo pretende analisar a realidade do tecido empresarial da Região “Terras de Sicó “recorrendo aos últimos dados disponíveis no Pordata bem como fazer referência ao selo “PME Líder”.

Em 2020, num total de 1.301.000 empresas existentes em Portugal, 1.299.750 são PME e as restantes 1.250 são consideradas empresas de grande dimensão. Assim, à semelhança de anos anteriores (2004-2019), as PME correspondem a cerca de 99,9% das empresas constituídas, dominando claramente o tecido empresarial português.

Na Região “Terras de Sicó”, segundo dados do Pordata, existem 12.516 empresas, das quais cerca de 99,9% são classificadas enquanto PME.  Em 2020, Pombal assume-se como o concelho da região com o maior número de empresas (6.293), seguido de Condeixa-a-Nova com 1.738 empresas, Soure com 1.573 empresas, Ansião com 1.454 empresas, Alvaiázere e Penela com 811 e 645 empresas, respectivamente. Importa referir que, somente Pombal apresenta no seu tecido empresarial empresas classificadas de grande dimensão: apenas uma entre 2009 e 2017 e duas entre 2018 e 2020.

Analisando os últimos 12 anos de actividade disponíveis (2009-2020), constata-se que foram criadas, 703 empresas em Pombal, 246 empresas em Condeixa, 216 empresas em Soure e 161 em Ansião. Em Alvaiázere e Penela o tecido empresarial também cresceu, em termos médios, mas de forma mais reduzida, com 100 e 80 novas empresas constituídas, respectivamente.  Paralelamente, observa-se que é nos concelhos de Pombal e Condeixa que, em média, também se extinguem mais empresas, 734 em Pombal e 251 em Condeixa. Por sua vez, Alvaiázere e Penela são os territórios que, durante o período temporal considerado, apresentam um menor número de empresas encerradas, cerca de 98 e 77, respectivamente.

Em 2008 surgiu o prémio “PME LÍDER” de forma a distinguir o mérito das PME nacionais com desempenhos económico-financeiros superiores. Este é um selo de reputação atribuído pelo IAPMEI em parceria com o Turismo de Portugal, um conjunto de bancos parceiros e as Sociedades de Garantia Mútua que tem como principal vantagem sinalizar e diferenciar as empresas no mercado bem como melhorar o perfil de risco da empresa e, como consequência, permitir o acesso a melhores condições de financiamento dos seus projectos. Apesar das vantagens associadas a este projecto, um estudo promovido pela Fundação Francisco Manuel dos Santos sugere que a burocracia e a falta de informação, seguidas dos exigentes critérios, são tidos como principais entraves à participação das empresas no programa PME Líder.

Em relação aos dados financeiros e contabilísticos de 2021, em Portugal, foram comtempladas 11.221 PME com a chancela “PME Líder 2021”, correspondendo apenas a 0,9% das PME portuguesas. Por sua vez, nas Terras de Sicó, 183 PME alcançaram esta distinção, traduzindo-se em 1,5% das PME desta região. Efectuando uma análise mais fina, pode concluir-se que Penela é o concelho das Terras de Sicó com uma maior percentagem de “PME Líder 2021” (2,9%), seguido de Pombal e Ansião, onde 1,8% e 1,3% das PME receberam o selo, respectivamente. A seguir, e com uma curta diferença situa-se Alvaiázere com 1%, Condeixa e Soure com 0,7% e 0,6%, respectivamente. Refira-se que face a 2020, quer a nível nacional quer em relação ao território das Terras de Sicó, o número e a percentagem de empresas consideradas “PME Líder” registou uma trajectória de crescimento.

Nota: Este estudo foi realizado com base nos dados disponíveis no Pordata e no site do IAPMEI.

Liliana Marques Pimentel – Professora universitária na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. Residente em Anobra (Condeixa).

Ricardo de Carvalho Joaquim – Licenciado em Economia, mestrando em Contabilidade e Finanças na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e professor na Escola Tecnológica e Profissional de Sicó. Residente em Alvaiázere.


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