Soure “volta” ao século XII e ao tempo de Martinho Árias, de 27 a 29 deste mês, numa recriação histórica dinamizada pelo Agrupamento de Escolas da qual o antigo cónego é patrono.

A ideia de realizar uma feira medieval vem já de 2019, porém, foi travada até agora pela pandemia. “A ideia surgiu em 2019 para a realização de um evento de recriação histórica baseada na figura do nosso patrono, Martinho Árias, também conhecido por Martinho de Soure, senhor que terá estado por estas terras durante 21 anos, no século XII, como presbítero a mando do bispo de Coimbra e que ajudou a desenvolver este território considerado, na altura, finisterra, ou seja, uma terra de fronteira entre o mundo cristão e o mundo muçulmano”, conta João Rovira, docente de História naquele agrupamento e um dos dinamizadores do evento, explicando que “quando a ideia estava para ser posta em prática veio o primeiro confinamento e durante dois anos tivemos de a interromper”.

No início deste ano lectivo, a intenção voltou a estar em cima da mesa, “porque achámos que estavam reunidas as condições para finalmente avançarmos”. E assim acontecerá.

Os visitantes do evento irão “fazer uma emersão numa feira medieval do século XII, em que vão encontrar a animação de rua, recriação histórica desempenhada por um grupo profissional, mercadores, regatões, místicos, comerciantes e também um envolvimento natural das escolas do agrupamento, desde o pré-escolar ao secundário, com muitas turmas participantes, professores e funcionários”, adianta João Rovira.

Pelo castelo de Soure, durante os três dias, não faltarão diversas actividades, num quadro de sociabilidade medieval, “desde teatralização, contos para crianças, tendinhas e barracas com produtos endógenos, no fundo aquilo que está presente neste tipo de eventos”, detalha.

Na sexta-feira (27), a feira abre pelas 10h00 e decorre até às 21h00, no dia seguinte (28) funcionará entre as 12h00 e as 22h00, e no domingo (29), entre as 12h00 e as 20h00.

“Todas as pessoas que nos queiram visitar serão bem-vindas, há muito tempo que desejamos pôr em prática este evento e finamente iremos conseguir fazê-lo agora”, reforça o docente, que realça o apoio à iniciativa da direcção do agrupamento de escolas e da Câmara de Soure, “sem o qual seria impossível colocar em marcha este nosso desejo”.

João Rovira espera que esta seja “a primeira edição de futuras feiras medievais de Soure, pois tendo o castelo sido o primeiro na Ordem do Templo concedido em Portugal, faz todo o sentido que seja uma iniciativa a perpetuar noutras edições”.

 [NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]