João Gante mantém a presidência da Sociedade Filarmónica Recreativa e Beneficente Vilanovense (SFRBV), de Vila Nova de Anços, e garante que a sua prioridade são os músicos garantindo-lhes “diálogo e transparência”, não descurando a “forte aposta” na formação através da escola de música.
“O nosso foco está sempre nos nossos músicos, em criar condições para que regressassem e aqui se sentissem bem, promovendo para isso o diálogo com todos eles, sempre com total transparência na comunicação da situação da Filarmónica”, afirmou ao TERRAS DE SICÓ, acrescentando que o convite para a presidência “foi um repto que alguns membros da Filarmónica me lançaram e eu, como músico da casa há 34 anos, senti-me na responsabilidade de o assumir até porque considero este convite um privilégio”. O dirigente revela que na altura em que assumiu o cargo de presidente se viviam tempos atípicos que levou a “algum afastamento dos músicos, porque estávamos em estado de emergência e vimos os nossos ensaios cancelados. O nosso principal objectivo foi reconquistar os nossos músicos para assim regressarem à Filarmónica”, refere.
Apesar de ter assumido o cargo num tempo de alguma instabilidade, consequência da pandemia que o país enfrentava, João Gante frisa que os “50 a 60 músicos” que constituem a Filarmónica Vilanovense é que permitiram que todos os serviços e actividades em que marcaram presença o ano passado acontecessem, porque “também eles estavam sedentos de voltar à actividade e são eles a grande charneira da filarmónica, são eles os alicerces e a sua estrutura”.
E se no seu primeiro mandato o foco foi o diálogo com os diferentes elementos que fazem parte da Filarmónica Vilanovense, bem como “o retomar das aulas presenciais, porque a escola de música nunca parou, tendo aulas online”, hoje, os músicos da preparam-se para uma estreia ‘mundial’ que acontecerá em Coimbra, fruto de uma composição de um “filho da casa”.
“Este ano temos mais um grande desafio que é um concerto no grande auditório no Convento São Francisco em Coimbra, e que constitui uma estreia mundial, que é uma missa à Rainha Santa Isabel. Esta é uma peça composta pelo Joel Cura, que também é professor na nossa escola de música, e é um desafio que nos deixa com as pernas a tremer”, confidenciou João Gante.
Mas a Filarmónica Vilanovense não se fica por aqui. No ano em que comemoram os seus 144 anos, têm já traçado o plano festivo que contará com o tradicional concerto de aniversário.
“Nós acreditamos que a situação pandémica pode melhorar, daí termos como intenção manter as comemorações dos nossos 144 anos no dia 13 de Março. Sabemos que será uma comemoração com algumas limitações e num modelo adaptado ao período em que vivemos. O que temos previsto é o hastear da bandeira ao som do hino da Filarmónica, seguindo-se a romagem ao cemitério, onde prestaremos homenagem aos antigos elementos, posteriormente, recepcionaremos os nossos convidados. O almoço é a questão que se encontra mais pendente porque ainda estamos a equacionar a sua realização”, explicou o presidente da direcção da SFRBV, acrescentando que no período da tarde decorrerá o concerto de aniversário e a cerimónia protocolar, “onde atribuiremos prémios aos nossos músicos”.
Quanto ao futuro, João Gante assume que a melhor forma de honrar o legado é “projectando o nosso futuro e isso acontece através de uma forte aposta na nossa escola de música que é como se fosse um mini-conservatório. A formação de novos músicos é a nossa maior aposta, porque aqui encontramos a nossa principal fonte de recrutamento”, reconhece.
A Sociedade Filarmónica Recreativa e Beneficente Vilanovense foi fundada em 10 de Março de 1878 e mantido a actividade desde então. Já lá vão 144 anos…
RUTE AZEVEDO SANTOS
[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]
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