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Pombal: Misericórdia da Redinha quer ajudar a envelhecer com proxim(idade)

7 de Fevereiro 2022

PROXIM(IDADE) é o novo projecto social da Santa Casa da Misericórdia da Redinha que visa apoiar pessoas com 65 ou mais anos de idade por freguesia que são sinalizadas pelas respectivas comissões sociais. O número total de integrantes do projecto é de 133 pessoas.

“O projecto apoia 1% de pessoas com 65 ou mais anos de cada uma das freguesias do concelho de Pombal, isto significa que cada uma das freguesias já tem um número definido de quantas pessoas irão beneficiar do projecto. São as técnicas das comissões sociais de cada freguesia que irão, de acordo com os critérios já previamente definidos em sede de candidatura, identificar essas mesmas pessoas”, afirma Andreia Dias, gerontóloga e coordenadora do projecto.

A data de identificação das pessoas que poderão ser inseridas no PROXIM(IDADE) terminou a 28 de Janeiro e o programa teve início na passada terça-feira (1) com a assinatura dos protocolos pelos 24 investidores sociais.

Apesar do projecto totalizar 133 pessoas idosas do concelho de Pombal, Andreia Dias assume que caso seja necessário integrar mais algum idoso no projecto, com “boa vontade tudo é possível. Não está previsto em sede de candidatura e essa é uma das desvantagens das mil e uma vantagens que o projecto acarreta, mas acreditamos que com uma equipa motivada tudo será possível”.

PROXIM(IDADE) surge com o propósito de dar uma resposta que “não existe a nível nacional, um programa que se preocupe em acompanhar as pessoas no processo de envelhecimento. No país, preocupamo-nos apenas em dar resposta às pessoas idosas quando o nível de necessidades já é tão elevado que não lhes permite fazer as coisas sozinhas”, lamenta a coordenadora ao TERRAS DE SICÓ, acrescentando que este projecto da Misericórdia da Redinha pretende ajudar estas pessoas na fase em que “começam a apresentar algumas limitações, algumas necessidades que até aqui não existiam, e ajudar na consciencialização de que esta é uma nova fase, mas que ainda assim é possível continuar a ter-se qualidade de vida”.

O projecto quer ainda garantir a inclusão social e para isso defende que “se estivermos a falar de pessoas autónomas e independentes por mais tempo, estamos a falar de pessoas com maior qualidade de vida que se sentem capazes, com maior confiança e consequentemente terão também a possibilidade de continuarem a fazer aquelas que são as suas actividades de toda uma vida”.

“Isto apenas é possível graças à equipa multidisciplinar que temos e que é constituída por mim, que sou gerontóloga social e coordenadora do projecto; uma assistente social que é também gestora de caso, garantindo que após esta sinalização, por parte das técnicas das comissões sociais das freguesias, será feito um diagnóstico de necessidades assegurando uma resposta efectiva das mais diversas áreas; uma psicóloga clínica, que além do acompanhamento psicológico fará também uma capacitação de competências emocionais e relacionais, e ainda estimular a parte cognitiva do utente; uma enfermeira, que trabalhará uma capacitação ao nível da medição de sinais vitais ou da gestão da terapêutica medicamentosa; uma nutricionista que fará uma avaliação nutricional desenvolvendo um plano nutricional mais adequado à fase de vida desta pessoa, e uma ajudante familiar que tem como objectivo, acima de tudo, ajudar estas pessoas e fazer com elas algumas tarefas que, por exemplo, no caso de homem que ficou viúvo, que dado o nosso contexto e cultura que temos enraizada, nunca esteve habituado a fazer tarefas domésticas e precisa do apoio de alguém que o possa ajudar, passo a passo, a que ele assuma estas tarefas”, frisou a gerontóloga.

Quanto à actuação da equipa no terreno, acontecerá de forma calendarizada por todas as freguesias onde a ideia é apoiar as pessoas de cada freguesia de forma espaçada no tempo, de modo que consigam garantir que o acompanhamento é o mais prolongado possível.

“É depois de um primeiro diagnóstico de necessidades que é feito um plano individual, onde constam exactamente o número de intervenções necessárias por cada uma das áreas, sendo que elas serão depois devidamente asseguradas, mas podem ser passíveis de alterações, tudo dependerá das necessidades dos nossos utentes. Todos os acompanhamentos serão feitos de forma individual, à excepção de duas actividades: a de literacia digital e a de socialização e convívio. Esta última esperamos que seja desenvolvida de forma grupal, mas por cada uma das freguesias e esperamos que se torne uma reunião mensal”, acrescentou Andreia Dias.

Quanto ao futuro do programa, a coordenadora confessa que querem servir de exemplo para outros, sendo replicados por todo o país. “Queremos ajudar a envelhecer e não a dar resposta quando o envelhecer já é quase uma patologia”, disse ainda aquela responsável.

RUTE AZEVEDO SANTOS

[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]


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