Ansião homenageou Fernando Travassos no dia em que se assinalou o centenário do seu nascimento, na passada terça-feira (1), culminando o tributo com a inauguração de um busto junto à Praça do Município.
O programa comemorativo contou com um colóquio, onde foram tecidos rasgados elogios e enaltecida a actuação sempre solidária do “Dr. Travassos, o médico do povo”.
O presidente da Câmara Municipal, António José Domingues, recordou o homem que chegou a Ansião em 1950, “logo após terminar o curso de medicina na Universidade de Coimbra”, numa época em que faltava muita coisa, mas que “nem isso o assustou”.
“Fez da medicina um sacerdócio porque a tomou como opção de vida e a ela se dedicou em plenitude”, disse o edil, acrescentando que “este era um homem que era chamado a todo o lugar”, estabelecendo “forte ligação com as pessoas e suas famílias”.
Fernando Travassos foi ainda lembrado como um homem “sempre disponível” e “dedicado a atender, principalmente, os que mais precisavam dele e menos recursos tinham”, tendo ‘sacrificado’ 70 anos da sua vida em prol das gentes de Ansião.
Apesar de reconhecido publicamente o seu lado humano e a sua dedicação a Ansião, António José Domingues recordou que o médico “era um homem reservado que não gostava de reconhecimentos públicos e declinou a medalha de honra grau ouro que o executivo de 1998 lhe quis oferecer, mas que, posteriormente e depois de grande persistência, veio a receber no ano seguinte”.
“O que hoje aqui fazemos é perpetuar a sua memória e os feitos, até porque uma comunidade sem memória é uma comunidade sem futuro. A memória estabelece uma ponte entre o passado, o presente e o futuro: o passado daqueles que foram próximos do Dr. Fernando Travassos; um presente que é este que nós vivemos, um presente ainda próximo do seu falecimento, que aconteceu há quatro anos, e o futuro que queremos preservar para as novas gerações num reconhecimento que Ansião teve, e continuará a ter, personalidades que a todos nos orgulham em ser-se ansianense”, reflectiu ainda o presidente do município.
Por sua vez, Rosa Reis Marques, presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro afirmou que o “médico do povo” é “um dos filhos mais ilustres de Ansião, ainda que nascido no concelho de Arganil, mas que aqui desenvolveu uma nobilíssima actividade clínica assistencial”. “Encarnava em todas as suas dimensões o conceito do verdadeiro médico de família, ao ser competente, altruísta e dedicado, vendo na sua profissão um sacerdócio ao invés de uma fonte de rendimento”, complementou.
A líder da ARS Centro declarou ainda que Fernando Travassos pertenceu a uma geração de médicos de família de excepção, “médicos a que todos acorriam em momentos de aflição, independentemente, da hora ou do dia”.
“Comemoramos hoje um século de esperança, traduzido na figura do Dr. Fernando Travassos, no meio de uma pandemia global que a todo o mundo aflige, e que se torna nisso mesmo: um momento de celebrar a esperança. Esperança de podermos, ainda no decurso deste semestre, controlar a pandemia”, reiterou Rosa Reis Marques.
A inauguração do busto do Dr. Fernando Travassos decorreu junto à Praça do Município, no local que também fora anteriormente escolhido para plantar a “oliveira SNS”, em reconhecimento ao criador do Serviço Nacional de Saúde, António Arnaut.
[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]
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