9 de Fevereiro de 2025 | Quinzenário Regional | Diário Online
PUBLICIDADE

Coimbra: Tribunal começou a julgar 38 arguidos em processo de TV ‘pirata’

18 de Janeiro 2022

O electricista da Figueira da Foz que está a ser julgado num processo de TV ‘pirata’ admitiu hoje, ao Tribunal de Coimbra, ter realizado a instalação ilegítima de boxes e routers na casa dos restantes 37 arguidos.

O electricista é acusado de 37 crimes de burla informática e 38 crimes de fabrico e venda de dispositivos ilícitos, enquanto os restantes 37 arguidos respondem por um crime de acesso ilegítimo e uma contraordenação de detenção de dispositivos ilícitos.

Durante a primeira sessão do julgamento, que teve início hoje de manhã, no Auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra, devido ao elevado número de arguidos, o electricista João Antunes disse estar “arrependido de tudo isto”.

Ao Tribunal de Coimbra explicou que começou por instalar boxes e routers na casa de amigos direitos, tendo depois alargado a actividade devido ao “passa palavra”, apontando situações em que não foi ele que propôs o serviço.

As boxes e os routers que encomendava e programava para depois instalar em casa dos clientes tinham um custo que “rondava os 95 euros”. O electricista negou que recebesse o pagamento de qualquer mensalidade ou anuidade pelos serviços.

De acordo com João Antunes, esta actividade foi-lhe trazendo “chatices e prejuízos”, devido à pressão da mulher que “sempre foi contra” e porque houve quem não lhe pagasse logo aquando da instalação ou ainda porque o serviço nem sempre funcionava.

Ao início do julgamento faltaram seis dos restantes 37 arguidos, tendo 24 optado por não falar.

Ainda durante a manhã, o colectivo de juízes, presidido por Rui Pacheco, ouviu os sete arguidos que acederam a explicar em que moldes o serviço de TV ‘pirata’ lhes teria sido instalado.

O arguido Adérito Paim disse não recordar o valor que pagou pela caixa que o vizinho e amigo João Antunes propôs instalar-lhe, mas que pouco depois deixou de funcionar.

Já o arguido António Carvalheiro negou ter feito qualquer pagamento pelo serviço que João Antunes “insistiu em instalar”, mas que “nunca funcionou”.

O arguido Rui Carvalheiro confirmou o pagamento de 170 euros por uma box, sendo este o valor que o electricista lhe terá pedido.

O Tribunal de Coimbra ouviu ainda o arguido Nuno Simões contar que o electricista o abordou telefonicamente para a instalação do serviço por 140 euros, mas que tal “não chegou a acontecer porque estava servido”.

O arguido António Leolpondino contou que também lhe foi instalada uma box por 140 euros, que não ficou a funcionar e que foi substituída por uma de 90 euros, mas que acabou por “trabalhar dois meses no máximo”.

O arguido António Palaio sublinhou ao Tribunal de Coimbra que não lhe foi instalada qualquer box para canais de televisão, mas que o electricista se prontificou a arranjar um amplificador de sinal de internet, que nem lhe chegou a pagar porque não funcionou.

O último arguido a ser ouvido durante a manhã foi Valdemar Gonçalves, que alegou não lhe ter sido instalada qualquer box, tendo sido abordado pelo electricista a propósito do fotovoltaico que tem em sua casa.

O julgamento prossegue durante a tarde de hoje, no Auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra.

LUSA


  • Director: Lino Vinhal
  • Director-Adjunto: Luís Carlos Melo

Todos os direitos reservados Grupo Media Centro

Rua Adriano Lucas, 216 - Armazém D Eiras - Coimbra 3020-430 Coimbra

Site optimizado para as versões do Internet Explorer iguais ou superiores a 9, Google Chrome e Firefox

Powered by DIGITAL RM