14 de Janeiro de 2025 | Quinzenário Regional | Diário Online
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PAULO JÚLIO

As causas da política

21 de Janeiro 2022

O debate segue para as eleições do próximo dia 30 de Janeiro. Instalou-se um interesse geral pelos debates políticos que tiveram excelentes audiências, o que é bom. Afinal, os cidadãos portugueses sempre querem saber de política. Afinal, a política é essencial às nossas vidas por muito que o reneguemos. No debate, percebe-se claramente quem alinha pelo desfile de “benesses” e promessas, como se o dinheiro do Estado que é de todos nós, do produto do nosso trabalho, esticasse sem limites.

É certo que se há milhares de milhões para tapar buracos de bancos e da TAP, também deveria haver para determinadas funções do Estado, mas sempre ouvi dizer que os maus exemplos não são referência. Nos debates discutiu-se e ficou claro para os portugueses que terão de escolher entre a continuidade das políticas dos últimos anos – se houvesse dúvidas, o candidato António Costa dissipou-as quando exibiu o Orçamento de Estado de 2022 que chumbou – e uma mudança de protagonistas e de políticas mais viradas para a criação de riqueza. Uns distribuem, acreditando que as contas fecham, outros acreditam que a única forma de distribuir, é produzir primeiro.

Em qualquer caso, também noto que quando se fala de território é normalmente para falar de regionalização. Sou municipalista, acredito no intermunicipalismo, sou contra mais patamares de poder que só servem para criar ainda mais burocracia e entropia. Fala-se pouco, novamente, das políticas dos territórios do Interior. Pouco ou nada. Nem para dizer que apesar de “muito plano e muitos milhões”, o Interior defende-se com as suas próprias armas, as que sempre agarrou – trabalho, esforço e a constatação de que se tem de fazer o dobro para se conseguir o mesmo. Fazendo um zoom para o Pinhal Interior, a sub-região onde estamos, cinco anos depois dos incêndios e de promessas de grandes reformas, estamos basicamente iguais. Reconstruíram-se as casas ardidas e pouco mais. Talvez porque não há milagres ou talvez porque há demasiada teoria e pouca capacidade de fazer.

Em qualquer caso, gostaria de ouvir um cabeça de lista dos distritos de Coimbra e Leiria falar disto. Disto e das principais causas regionais – estratégia para o Porto da Figueira da Foz, Plano de investimentos para melhoria dos transportes públicos sub-regionais, valorização dos principais produtos regionais ou valorização do património associada à estratégia de turismo, entre outras necessidades.

Resumindo, falta espessura política porque falta conhecimento e, por consequência, haverá provavelmente défice de representatividade. Dizem-se vacuidades e generalidades para não haver enganos. Parafraseando Costa, é poucochinho!


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