A Câmara de Coimbra aprovou uma proposta de supressão de trabalhos de requalificação da margem direita do Mondego, devido ao risco de colapso de uma conduta adutora da Águas do Centro Litoral.
“A adutora da [Avenida] Fernão de Magalhães [na Baixa da cidade] está a degradar-se e, portanto, em risco. O PS ignorou durante oito anos este problema, adiando decisões para o futuro e não conversando com a Águas do Centro Litoral para se fazerem as obras da nova adutora. É das situações mais graves que herdámos”, afirmou aos jornalistas, no final da reunião, o presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, eleito pela coligação Juntos Somos Coimbra, em Setembro.
Para o edil, a principal preocupação da autarquia é “a segurança das pessoas e da Baixa de Coimbra”, tendo encetado conversas com a Águas do Centro Litoral (AdCL) para aproveitar as obras de requalificação na margem direita do Mondego, na Avenida Cidade de Aeminium, para construir uma nova adutora.
“Ficámos estupefactos por recebermos esta bomba atómica”, realçou, referindo que a solução passa por construir a nova adutora na Avenida Cidade de Aeminium, descartando a hipótese de a instalar por baixo do percurso futuro do Metrobus, por atrasar as obras desse sistema de mobilidade e por obrigar ao levantamento dos carris antes do tempo.
Segundo José Manuel Silva, se a Câmara Municipal de Coimbra tivesse “conversado em devido tempo com a Águas do Centro Litoral, ter-se-ia aproveitado as obras, sem transtorno e sem despesa”.
Os custos com a nova adutora serão da responsabilidade da AdCL, podendo atrasar em “ano e meio ou dois anos” a requalificação daquela zona ribeirinha, implicando também a manutenção do encerramento à circulação viária naquela avenida.
“Se calhar também teremos que nos habituar que aquela zona ribeirinha tem que ser mais pedonal do que viária. Teremos que ver no futuro o que poderá ser aplicado e iremos avaliar em função do impacto do Metrobus e da melhoria dos transportes públicos”, acrescentou.
O vereador eleito pela CDU, Francisco Queirós, decidiu abster-se na votação da proposta, considerando que, “perante propostas negativas”, a apresentada pelo executivo parece “aquela que mais depressa pode ajudar a resolver um problema gravíssimo de segurança para a cidade”.
Já os vereadores do PS votaram contra, referindo, na declaração de voto, lida por Regina Bento, que a proposta “atenta contra o interesse público”, por implicar uma perda de financiamento de quase meio milhão de euros.
“A análise técnica apresentada não contempla todos os custos desta proposta, referindo apenas os custos da vedação da área ribeirinha estimados em 100.000€, esquecendo os custos de conclusão da obra, que obrigarão ao lançamento de novo concurso e que certamente serão superiores a meio milhão de euros, tendo de ser feitas sem financiamento. Também nada é dito sobre o valor da indemnização a pagar ao empreiteiro pela supressão dos trabalhos anteriormente adjudicados, havendo também dificuldade no futuro de atribuir responsabilidades caso surjam patologias nos pavimentos”, referem.
Na reunião de Câmara de hoje, foi também aprovada uma proposta de adesão à co-gestão da Reserva Natural do Paul de Arzil, um modelo que vai ser executado pelos municípios de Coimbra, que vai presidir, Condeixa-a-Nova, Montemor-o-Velho e o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.
O executivo aprovou também uma proposta de cooperação entre o município e o Centro de Apoio Social de Pais e Amigos da Escola nº 10 (CASPAE), no âmbito da oferta educativa “Um dia na Casa da Mata” do projecto “Limites Invisíveis”.
O projecto vai proporcionar actividades na Mata Nacional do Choupal a cerca de 1090 crianças, de 50 salas, dos estabelecimentos de educação pré-escolar da rede pública do concelho de Coimbra.
LUSA
Site optimizado para as versões do Internet Explorer iguais ou superiores a 9, Google Chrome e Firefox
Powered by DIGITAL RM