A borboleta bateu as asas e a tempestade eclodiu a milhões de quilómetros. Isto é o que está a acontecer com a economia que é mesmo global. Há determinados produtos tecnológicos, sejam computadores, telefones ou mesmo automóveis cujos problemas de produção estão a provocar atrofiamentos de mercado pouco comuns.
Percebemos que os semicondutores “do mundo” são fabricados em Tawain e que a indústria tecnológica ocidental depende dessa deslocalização de serviços feita numa época em que a Europa e os Estados Unidos achavam que do lado de cá deveríamos tratar somente do desenvolvimento, da investigação, da inovação e das marcas. Os outros trabalhos “menores” de tipologia industrial deveriam ser realizados onde a mão-de-obra estivesse mais disponível e fosse mais barata.
Hoje, século XXI, após dois anos de uma pandemia global, percebemos “à nossa custa” que seria bom montar uma estratégia de industrialização da Europa e do mundo ocidental porque é crucial diminuir o grau de dependência que existe da China e demais países asiáticos, até porque cumulativamente existe outro problema. A logística marítima. Hoje, o custo de um contentor entre a China e a Europa triplicou, o que provocou aumento de custos em todas as matérias-primas que são necessárias importar com um impacto importante nos preços ao consumidor. Além disso, o tempo médio de espera nalguns portos internacionais, como o de Roterdão ou Xangai, é de mais de oito dias, devido à falta de mão-de-obra, provocando ainda mais atrasos em todas as cadeias de valor. Se isso já não fosse pouco, os custos da energia aumentaram brutalmente, mais ainda em países como Portugal e Espanha, porque dependemos, cada vez mais, do gás para a produção de energia eléctrica.
Mas, em Portugal ainda temos mais um problema a acrescentar. O preço dos combustíveis, à semelhança do preço da energia eléctrica, é composto em mais de metade por impostos. Já sabíamos, mas nunca sentimos como agora porque os países produtores de petróleo diminuíram drasticamente a oferta, provocando pressão nos preços.
Se somarmos tudo, entendemos que está a caminho uma pequena tempestade de aumento de preços que são inevitáveis na grande maioria dos sectores, provocando mais stress de consumo. Na análise “estratégica” que o Governo estava a fazer, depois de imensa pressão e protestos, recebemos um “novo” IVAUCHER que nos poupará 5€ por mês de combustível.
Estamos falados. A política sempre foi esta. Assobiar para o lado juntar-lhe alguns minutos de retórica e propaganda e já está, pelo menos, para já. É caso para dizer que, depois, alguém feche a porta. Vamos ver quem!
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