A antiga Escola Primária da Várzea recebe a partir de sexta-feira o Centro de Artes do Arrabal, criado para servir a “freguesia mais cultural do concelho de Leiria”, disse hoje a presidente da Junta.
Construída no âmbito do Plano dos Centenários, que o Estado Novo levou a cabo entre 1941 e 1969, a escola primária chegou a servir uma centena de alunos daquela freguesia do concelho de Leiria. Mas foi perdendo crianças e encerrou definitivamente em 2014.
Sete anos e um investimento municipal de quase 260 mil euros depois, a antiga escola abre agora convertida a Centro de Artes para servir “a principal mais-valia da freguesia”, afirmou à agência Lusa Helena Brites, presidente da Junta do Arrabal.
“A nossa identidade é a vertente artística, etnográfica e patrimonial. É a nossa principal mais-valia. Somos a freguesia mais cultural do concelho de Leiria. Não há mais nenhuma freguesia [em Leiria] que tenha duas filarmónicas, por exemplo”.
O espaço pretende ser uma resposta ao facto de o movimento associativo ter dificuldade em “trabalhar em conjunto”.
“As pessoas e instituições estavam habituadas a criar individualmente, para o seu lugar, para a sua instituição, de forma desarticulada enquanto um todo”, pelo que o Centro de Artes do Arrabal permitirá, “através da mediação das artes e da cultura”, que surja “um reflexo de união entre territórios e pessoas”.
Esse encontro tem acontecido nos últimos anos e Helena Brites realçou que já foi possível, “pela primeira vez”, juntar as filarmónicas do Arrabal e do Soutocico para tocarem juntas, além da reunião de “todo o movimento associativo” no evento “Arrabal em Movimento”.
“Já fizemos grandes avanços e acredito seriamente no poder que as artes têm como mediadoras dessas relações. Este espaço tem também essa função”, acrescentou.
O Centro de Artes surge também para “chamar pessoas à freguesia”.
“Vamos começar já a criar pontes com o município, com a biblioteca [municipal], com a Rede Cultura 2027 [responsável pela candidatura de Leiria a Capital Europeia da Cultura], para que, quando tivermos a nossa comunidade sólida, seja possível uma programação que traga artistas de fora e leve os nossos para fora”.
Entre as valências do Centro de Artes do Arrabal está o ensino da dança, oferta que não existe na freguesia. Segundo Helena Brites, ali funcionará também uma academia sénior com actividades na área do teatro, artes plásticas, música e informática.
No primeiro fim de semana, são inauguradas duas exposições – uma sobre a história da escola primária -, há visita guiada artística, oficinas, concertos e exibições de dança para crianças, cinema ao ar livre, teatro comunitário e, a fechar o programa, no domingo, a peça “Hamlet”, pelo Chapitô.
LUSA
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