Um projecto comunitário pretende ajudar a fazer chegar a fibra óptica às aldeias do concelho de Penela, estando já identificadas mais de duas dezenas onde esta ainda não chegou.

Trata-se do Hackerspace, um laboratório e uma comunidade voltado para programação, electrónica e tecnologias da informação.

“Como vimos na pandemia, somos uma sociedade cada vez mais conectada digitalmente. Isso é bom, pois permite um estilo de vida muito mais rico nas aldeias e uma menor pressão demográfica nas cidades”, realça Belmiro Luís, gestor do projecto, defendendo que o acesso à Internet por fibra óptica é “muito melhor” que outras soluções disponíveis, “pelas vantagens técnicas que oferece”, desde maior velocidade, mais e melhores serviços e uma tecnologia “à prova de futuro, preparada para velocidades exponencialmente superiores, sem necessidade de alterar as infra-estruturas”.

A primeira aldeia a beneficiar deste trabalho foi a do Espinheiro, onde o processo teve início em Janeiro e em Março já estava a ser feita a instalação da rede de fibra óptica. Outras três aldeias também têm o processo adiantado.

Belmiro Luís admite que a operação de instalação ainda é cara e, assim, depende do número de interessados em cada aldeia a possibilidade de suportar os custos e fazer avançar os projectos.

“As pessoas devem dizer-nos por e-mail [penelahackerspace@gmail.com] ou através das redes sociais que querem a fibra. Nós contactamos o operador, neste caso a MEO, que faz o projecto de levar a fibra até determinada aldeia onde haja interessados e dá-nos o valor dos custos. E depois é com base nesse valor que conseguimos avaliar se a instalação é exequível ou não”, refere o gestor do Hackerspace.

Independentemente do território onde seja possível fazer avançar o projecto, Belmiro Luís considera que “o simples levantamento de quanto custa levar a fibra às aldeias é extremamente importante, porque no futuro há-de vir aí a chamada ‘bazuca’ europeia e se tivermos esses valores teremos a possibilidade de então avançar mais facilmente”.

Laboratórios criativos

O Hackerspace, lançado em colaboração com a Câmara Municipal de Penela, pretende fomentar uma comunidade ligada às tecnologias de informação, estando em curso a adesão membros ao projecto. “Em finais deste mês iremos realizar um encontro online, saber quem somos e o que podemos fazer. E a partir daí criar laboratórios criativos onde as pessoas se podem expressar e aprender novas tecnologias”, anuncia Belmiro Luís.

“A primeira coisa que queremos fazer é sermos felizes e fazer os outros felizes”, enfatiza o gestor do projecto.

O novo laboratório comunitário colabora ainda na iniciativa de capacitação e estímulo à empregabilidade e inclusão social Neetmaker, que tem como promotor o HIESE – Habitat de Inovação Empresarial nos Sectores Estratégicos e que tem vindo a realizar sessões de capacitação, decorrendo a próxima em meados deste mês.

[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]