Diogo Mateus diz-se farto da política do “chafurdar” e “desta classe política”, e, desencantado, a opção é ir “fazer outras coisas”.

O presidente da Câmara de Pombal abordou pela primeira vez, publicamente, a decisão de não se recandidatar a um terceiro mandato nas próximas eleições autárquicas. Foi na última reunião do Executivo municipal, confrontado com as interrogações do vereador Narciso Mota sobre os motivos para a ‘saída de cena’.

O ainda líder do Município, criticando o caminho que o país seguiu no período democrático, governado por “uma elite partidária desqualificada”, afirma não querer mais estar associado a uma classe política que é vista de maneira “tão desprestigiada, tão desprestigiante”.

E aponta ao foco: “Andei 28 anos a trabalhar, a dar o meu melhor, para acabarmos por ser todos envolvidos nesse epíteto miserável, desqualificado, de sermos gatunos. De termos assistido nesta casa [Câmara] a membros deste órgão [Executivo] a porem em causa a honestidade de pessoas que estão aqui desde quase quando eles não tinham nascido. De forma absolutamente irresponsável, a enlamear o nome das pessoas”, critica o autarca social-democrata.

“E eu quero estar envolvido nisto? Não quero. Não quero, porque não é justo, não mereço e não quero viver assim. Se a luta política hoje em dia é feita a chafurdar, tem de ser animais com essa aptidão que tem de a fazer, porque eu não chafurdo”, enfatiza.

Diogo Mateus diz que se fartou. “Fartei-me. Desencantei-me. Tenho braços, tenho cabeça, gosto imenso de trabalhar, tenho experiência em muita coisa, vou fazer outras coisas”, remata.

Licenciado em Direito, o autarca, de 51 anos, foi presidente da Junta de Freguesia de Pombal entre 2002 e 2005, vereador da Câmara entre 1994 e 2002 e 2005 a 2013, ano em que foi eleito presidente, cargo que mantém até hoje. Sai no próximo Outono.

O PSD já escolheu o ex-deputado e actual presidente da Junta de Pombal, Pedro Pimpão, para protagonizar a candidatura laranja nas próximas eleições.

[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]