Seis pontes sobre o rio Lis recebem no sábado o projecto “Pontes de Contacto”, que promove em Leiria um conjunto de performances criativas nas ligações entre margens, convidando ao encontro entre público e artistas.
Ao longo do dia, diferentes momentos artísticos surgem nas pontes que ligam as margens no centro da cidade, desafiando o público a circular à beira Lis e a fruir de uma programação que se estende noite dentro.
Explorando o tema de cada travessia – a cidade tem desde a Ponte Bar à Ponte D. Dinis, passando pela Ponte Relógio ou Ponte Pic-Nic -, os artistas convidados desenvolveram intervenções pensadas para cada uma delas.
A iniciativa é da Rede Cultura 2027, que prepara a candidatura de Leiria a Capital Europeia da Cultura 2027, e a ideia nasceu do grupo de trabalho “Gerações”, constituído para o congresso “Futuro da nossa cidade”.
“Surgiu tudo em plena época de distanciamento social e físico e acaba por ter um significado ainda mais forte por estarmos a falar de trazer duas margens a um ponto de encontro, num contexto em que o contacto físico e humano foi claramente o tema do ano”, explica Telmo Soares, um dos intervenientes no grupo “Gerações” e organizador de “Pontes de Contacto”.
Segundo o músico, que faz parte dos First Breath After Coma e que também integra o colectivo Casota Collective, o desafio é pensar na estrutura e propósito de cada ponte, explorando artisticamente o simbolismo de cada uma delas “de forma mais profunda”.
“Cada ponte é peculiar, cada ponte tem as suas histórias. Algumas são mais antigas e notámos que já há memórias de artistas associadas a algumas das pontes. Muitas já têm histórias ligadas a cada pessoa”, sublinha Telmo Soares, satisfeito com a ideia de “usar as pontes e a beira-rio que atravessa a cidade como palco”.
“Pontes de Contacto” arranca às 15h00, com performances de gamelão balinês Gong Kebyar, na Ponte do Marachão, por Malha de Bronze, e com a proposta multidisciplinar de Idalécio Francisco, que leva fotografia e música à Ponte Pic-Nic.
“Ponte Electroacústicas” é a intervenção preparada por André Roque e João Carlos Franco para a Ponte José Lopes Vieira, no Parque do Avião. Às 17h00, os músicos da Sociedade Artística Musical dos Pousos combinam canções do cancioneiro da cidade com sons contemporâneos.
Na Ponte do Relógio, às 18h30, há “Plástico com Ritmo”: hip hop, kuduru, funky e samba reggae produzidos a partir de ritmos feitos com plásticos usados no dia-a-dia, a que se juntam vozes e sons electronicamente manipulados. O projecto junta o Museu de Leiria, Centro de Interpretação Ambiental e Agrupamento de Escolas de Marrazes, com colaboração da filarmónica de Marrazes.
Ali perto, na Ponte Bar, o ateliê de arquitectura Parto, estreia às 20h45 a instalação “Rever”.
Música, dança e literatura percorrem a Ponte D. Dinis em “Palavras de Liberdade”. A partir das 21h30, a livraria Arquivo, a Escola de Dança Clara Leão e o fotógrafo e músico Ricardo Graça revelam este exercício em torno da diversidade.
LUSA
Site optimizado para as versões do Internet Explorer iguais ou superiores a 9, Google Chrome e Firefox
Powered by DIGITAL RM