A reedição de “Corte na Aldeia e noites de Inverno”, livro de Francisco Rodrigues Lobo lançado há 402 anos, marca a estreia da colecção “Biblioteca Clássicos de Leiria”, com que o município pretende recuperar escritores de outros tempos.
O primeiro lançamento acontece na sexta-feira, assinalando os 400 anos sobre a morte do poeta Francisco Rodrigues Lobo (1621-2021), natural de Leiria.
Até ao final do ano está prevista a saída de mais dois títulos, numa aposta editorial que junta a Câmara de Leiria e a editora Hora de Ler.
“Esta colecção almeja trazer de volta aos nossos dias a escrita dos poetas e escritores leirienses de outrora e recuperá-los editorialmente para que os leitores da actualidade os possam ler e conhecer”, explica a vereadora da Cultura e Educação de Leiria.
Segundo Anabela Graça, a aposta municipal na edição de livros cujas edições já esgotaram ou que estão esquecidos é uma reacção aos tempos actuais.
“A literatura tem a capacidade de eternizar as ternas questões humanas: os valores, a condição do mundo, os desafios. Vivemos hoje um ritmo veloz, que nos impede de reflectir e pensar. Por isso, precisamos da literatura e da arte em geral, para continuarmos a ter a capacidade de questionar e pensar o mundo”.
Até ao fim do ano estão previstos mais dois lançamentos da colecção “Biblioteca Clássicos de Leiria”, recuperando dois títulos de outros autores da cidade: “Animais nossos amigos” (1911), de Afonso Lopes Vieira, e “O capitão de navios” (1980), de Miguel Franco.
Na sexta-feira, chega ao público “Corte na Aldeia e noites de Inverno”, cuja primeira edição data de 1619.
Segundo o editor Carlos Fernandes, trata-se do “mais celebrado livro” de Francisco Rodrigues Lobo, escrito durante o domínio filipino, e “hoje considerado um verdadeiro manifesto da Restauração quer haveria de dar-se em 1640”.
Já Anabela Graça considera “muito pertinente” a reimpressão da obra, porque, por um lado, “Leiria reedita pela primeira vez este autor leiriense de dimensão nacional” e, a par disso, por se tratar de “uma referência incontornável da história da literatura portuguesa”.
“Sentimos necessidade de dar a conhecer o poeta que melhor descreve Leiria, a sua paisagem, os costumes e a sua época histórica”, sublinha a vereadora.
Esta reedição de 2021 inclui prefácio de Afonso Lopes Vieira, escrito para a segunda edição de 1959, e é apresentada às 18:00, na Biblioteca Municipal de Leiria.
LUSA
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