Élio Dias Marques é o novo presidente da alvaiazerense Al Baiäz – Associação de Defesa do Património, sucedendo a Mário Rui Rodrigues, que esteve à frente da colectividade dois mandatos consecutivos. O novo presidente foi membro fundador da associação tendo assumido o cargo de presidente da direcção desde a sua fundação, em 1997, até 2014, tendo-se mantido ligado à agremiação. Os novos órgãos sociais foram eleitos para o biénio 2021-2023 e tomaram posse há uma semana.
“Candidatei-me por haver falta de gente interessada no cargo. Tínhamos pessoas interessadas em assumir todos os cargos menos o de presidente da direcção, então decidi avançar”, disse ao TERRAS DE SICÓ, Élio Marques, argumentando que a nova direcção ainda se encontra “um pouco limitada em relação ao futuro, mas esperamos que as coisas comecem a abrir e deixemos de estar tão limitados por esta crise pandémica”. O dirigente afirma que “já temos algumas coisas preparadas que queremos lançar este ano e que servirão de preparação para o próximo ano em que festejamos 25 anos de existência”.
“Queremos apresentar o quanto antes o livro ‘Anais Leirienses 7 – Estudos e Documentos’, que reúne as comunicações apresentadas no Congresso de História e Património da Alta Estremadura e Terras de Sicó. Este é um livro já editado, mas que ainda não foi apresentado devido à pandemia e que fala sobre a história e património aqui da região, nomeadamente Alvaiázere e Ansião. Estamos também a preparar outro livro para edição, ‘Nos Trilhos do Património Natural do norte do distrito de Leiria’, onde constam estudos desenvolvidos sobre o património natural de 2001 a 2011 e que acreditamos que será uma obra para a posterioridade porque permitirá às gerações futuras conhecer o tipo de vegetação existente nestes locais”, contou ainda o regressado presidente.
“Precisamos continuar”
Ainda que Élio Marques assuma que há algum tempo que está “um pouco afastado da área do património natural e cultural” e não tendo conhecimento de como esta agora se encontra, defende que “a associação precisa de continuar a fazer o que tem feito até aqui: preservar e divulgar a sua existência. Durante muitos anos ouvi que no norte do distrito não havia património nenhum, que era uma zona abandonada. E quando eu dizia que aqui havia património classificado como património nacional as pessoas não acreditavam no que lhes dizia, mas hoje essas mesmas pessoas já o conhecem porque lho demos a conhecer”. O dirigente dá como exemplo a publicação, há uns anos, de um livro sobre as orquídeas do Sítio Sicó-Alvaiázere. “As pessoas ficaram boquiabertas porque não conheciam aquelas espécies botânicas e nem sabiam que as tínhamos em Alvaiázere”, conta.
Esta necessidade de “promover, divulgar e defender o património natural e cultural” foi o que levou à criação desta associação que comemorará 25 anos em 2022.
“Sentia-se, na nossa região, a falta de uma associação vocacionada para a defesa do património cultural e natural. Fazia falta uma instituição que pudesse sensibilizar a população para o respeito que merecem os legados dos nossos antepassados, que pudesse contribuir para um diálogo proveitoso entre todas as partes envolvidas e com responsabilidade na área do património e que também garantisse a sua defesa e preservação contra todos aqueles que, de forma consciente, e outros de forma indiferente, delapidam diariamente todo um passado rico em história e memória da região”, conclui Élio Marques.
RUTE AZEVEDO SANTOS
[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]
Site optimizado para as versões do Internet Explorer iguais ou superiores a 9, Google Chrome e Firefox
Powered by DIGITAL RM