Não acredito na política sem espírito de missão e sem sonho, em contraponto com o calculismo e o interesse pessoal. Também não acredito na política feita com base na crítica do que está errado, apesar de defender que a crítica deve ser exercida com vista a melhorar o que quer que seja. Em qualquer caso, quem se candidata a cargos executivos não se pode limitar a fazer o discurso da crítica, tem mesmo a obrigação de apresentar um projecto político que aponte alternativas. Se assim não for, as pessoas percebem que faltará estrutura e dificilmente reconhecerão nesse “desafiador de poder”, uma alternativa ambiciosa e credível.

A “nossa” política nacional e local passa por este mau bocado de ausência de lideranças desafiadoras, com ambição, com uma visão política estruturada e com capacidade de a levar aos seus eleitores alvo. Limitam-se a apontar uns erros aqui, outros acolá, o que é manifestamente curto e sobretudo não conseguem mobilizar pessoas.

Neste enquadramento, tendo como pano de fundo as próximas autárquicas, após oito anos sem qualquer participação activa, aceitei ser mandatário do Rui Seoane na candidatura que ele vai protagonizar ao município de Penela. Faço-o por ele, não o faço por partidos políticos que, aliás, falando do PSD, é um excelente mau exemplo sobre o que expunha acima, tal é a falta de um projecto coerente para Portugal. Faço-o pelo Rui Seoane porque é o mínimo que posso fazer por alguém que encara o serviço público como uma missão, que deixa temporariamente a sua carreira profissional para se dedicar a tempo inteiro a ser Presidente de Câmara da sua terra, do seu concelho e de todas as pessoas que dão a vida e a dinâmica a um território que fica a meio caminho entre o litoral e o interior. E sei que o faz por gosto e sem sacrifício.

Penela precisa de recuperar a auto-estima, precisa recuperar a sua estratégia de desenvolvimento e de valorização do seu património associando-a ao desenvolvimento do turismo local e sub-regional, para além das políticas de proximidade, onde a educação e a acção social assumem protagonismo. Precisa de voltar a ter prioridades porque quando tudo é prioridade, a mensagem não passa devidamente para os cidadãos. Precisa de aproveitar os recursos financeiros provenientes de fundos europeus, durante a próxima década, para se posicionar e reforçar como um território dinâmico e empreendedor. Precisa de reforçar as suas políticas de habitação para os centros históricos e atrair investidores que, obviamente, só avançam se perceberem que há uma dinâmica consistente nas políticas locais e regionais. Precisa de um Presidente focado nestes problemas e que esteja bem presente, com a sua equipa, para liderar, de perto e com energia, estes vários eixos.

Vejo no Rui Seoane essa vontade e essa visão. Revejo-me no seu altruísmo e no seu desejo de assumir a responsabilidade que lhe permite ousar e mudar. É por estas razões que vale a pena participar na política e contribuir.