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Turismo rural com quebras em tempo de pandemia

11 de Abril 2021

Uma pequena vila situada no centro do país, em pleno coração do maciço da Sicó, que oferece a quem por ali passa natureza, cultura e gastronomia. Assim se pode definir Ansião e foi esta definição e a possibilidade de oferecer um turismo rural de qualidade, que levou Rui Rua a criar o seu negócio.

“É uma empresa recém-criada, existe desde 2018, mas trabalho com animação turística desde 2014 e foram os contactos que fui fazendo desde essa altura que me levaram a criar a empresa e a expandir para várias vertentes de negócio”, conta ao TERRAS DE SICÓ.

A empresa de que fala é a ‘Panoramas e Circuitos’ que dispõe de serviços como consultoria e formação em turismo, animação turística e alojamento. No entanto, não satisfeito com o que tinha criado em dois anos, decidiu ir mais além e criar um pack.

“A Sicóxperience aparece como uma estratégia de criação de marca para a promoção de todas estas actividades que se podem fazer na Sicó. Aqui queremos que o cliente veja os nossos alojamentos e as nossas actividades para que as possas escolher e programar. Criámos a marca das casas de calcário, onde pretendemos criar uma rede de alojamentos em que trabalhamos em conjunto com os proprietários das mesmas de forma a divulgá-las. Numa fase inicial, os packs vão agregar alojamento com actividade turística, mas futuramente pretendemos associar a questão das refeições. Nós queremos que a Sicóxperience se torne num selo de uma experiência genuína em Sicó”, explica Rui Rua.

No entanto, a pandemia trocou as voltas a este empresário e fez com que num primeiro momento de confinamento as reservas fossem todas canceladas.

“Foi um ano atípico. Em Março já tínhamos uma série de reservas feitas para os meses seguintes, essencialmente de turistas estrangeiros, e de repente foram todas canceladas. Cerca de 90% das reservas foram anuladas, mas depois houve alguns dos desistentes que ainda conseguiram vir até cá, neste caso franceses, belgas e espanhóis. Na altura do confinamento, houve uma rapidez absurda no cancelamento, mas com o desconfinamento aconteceu o contrário e recuperámos essas reservas graças ao mercado interno”, sublinha.

Grande quebra nas receitas

Contudo, nem todos os empresários que possuem alojamentos locais em Ansião podem dizer que tiveram a mesma sorte, de que é exemplo Adérito Rodrigues, proprietário da Casa dos Fidalgos.

“Tivemos uma grande quebra nas reservas. Tínhamos sempre vários clientes vindos de fora, nomeadamente Espanha, e não tivemos nenhum no ano de 2020. Nunca pensei fechar, embora seja difícil suportar as despesas nesta fase que estamos a passar, mas temos que ter força para esperar pela retoma”, diz Adérito Rodrigues ao TERRAS DE SICÓ.

As quebras nas reservas para 2020 levam a que Adérito tema o futuro do turismo para o seu alojamento local, frisando que “este ano, no nosso caso, está a ter uma maior quebra em relação ao ano passado. Enquanto não for resolvida por completo a pandemia, não acredito que irá melhorar, até porque as pessoas não reservam porque não sabem se poderão fazer deslocações”.

Já Rui Rua assume uma postura mais optimista e afirma que “a Turismo do Centro está a fazer um excelente trabalho promocional, não só internamente, mas também externamente e como a região Centro tem uma grande densidade territorial e as pessoas andam à procurar de sítios mais isolados, acredito que rapidamente voltemos aos números que tínhamos. Temos a vantagem de ter grandes recursos naturais e acho que facilmente cativamos os turistas a vir até cá”, sublinhando que o turismo rural “só traz vantagens para a região em que acontece”.

Ainda que assuma uma atitude positiva face à realidade actual, não deixa de apontar as falhas do Governo, principalmente, no que respeita à comunicação.

“A falha que aponto ao Governo prende-se com a falta de comunicação para quem gere animação turística, até porque não existe nenhuma indicação de quando é que podemos iniciar actividade. Sabe-se quando é que os restaurantes podem abrir e em que condições, assim como os ginásios, mas nós não temos indicação nem de data e nem de número de participantes. Não existe nenhuma indicação no plano de desconfinamento que nos implique e isso é uma falha grave de comunicação”, aponta o proprietário da ‘Panoramas e Circuitos’.

RUTE AZEVEDO SANTOS

[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]


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