Todo o ser humano tem medo. O medo é uma reacção natural inerente á sobrevivência. Pode ser insegurança, medo ou pavor.
Todos nós, neste momento, temos medo e medos. É a insegurança pelo estado actual: Pandemia. O medo de contrair o coronavírus. Ele está instalado no meio em que vivemos. É um vírus que ninguém sabe o que é. Só sabemos que existe. Coisa estranha! Ter medo não é um sentimento bom. Não ajuda em nada.
Os medos são sentimentos diferentes. Pode ser angústia, preocupação ou ansiedade.
Podemos ter medo do escuro, espaços fechados, andar em grande velocidade, andar de avião ou mesmo medo da morte. Essa, eu tenho! Não sei o que vou encontrar do “outro lado”.
Há, ainda, o medo de sermos rejeitados seja pela forma de vestir, a casa mal-arrumada ou o local onde está situada.
Sei de pessoas que têm a porta sempre trancada com medo dos ladrões. Também conheci uma pessoa que, com medo desses mesmos personagens, colocava as cadeiras empilhadas frente às janelas. Como se isso valesse alguma coisa. A minha avó, morava na quinta no Portugal bem profundo. Há muitos anos. Ouviu passos na cozinha, já noite alta. Chamou o empregado que dormia num quarto ao lado da casa. Este passou a correr. Em cima da mesa tinha ficado um chouriço. Pegou nele e enfrentou o ladrão que fugiu a sete pés.
Outra espécie de medos: o diabo e o fogo do inferno. Este, sempre aceso, vai queimando as almas que, neste mundo, não foram as melhores pessoas. Há quem ainda acredite nisto, que é pensamento da idade medieval. O diabo! O diabo está sempre ou quase sempre presente.
Diziam – me há dias que esta pandemia foi obra do diabo para “limpar” as almas.
Sempre o sobrenatural. O sobrenatural a interferir nas nossas vidas.
A Igreja fomentava certos medos. A noite era relacionada com as trevas, dando à escuridão um carácter de cautela e mesmo de angústia.
A lua foi durante muito tempo astro misterioso e regia tudo o que se passava na Terra. A agricultura ainda hoje se rege pela lua.
Como exemplo há o Borda d‘Água. Ele diz: em Abril mondar e sachar os campos semeados no mês anterior. Plantar espargos e morangueiros. Semear milho e grão-de-bico, plantar batatas.
No Quarto Crescente semear abóboras, brócolos e cenouras.
Nem os animais escapam. Deve-se tosquiar as ovelhas, mas no Quarto Minguante.
Os outros meses também têm a lua a reger a agricultura e os animais.
Tive uma conversa com um médico que me explicou que o medo, fisiologicamente falando, está relacionado com o coração e os músculos. Como tudo isto se processa não sei.
Há formas de ultrapassar o medo e os medos. Devemos seguir em frente, mudar a perspectiva de certas coisas e… não ter medo.
Temos medo das alturas e da trovoada. Há, ainda, o medo de falar com outras pessoas porque se tem medo do que vão pensar de nós. Medo de aranhas, cobras e insectos. É muito comum.
Como há medos de “coisas” do Além rezamos o responso a Santo António. E outras orações a outros santos. A religiosidade sempre presente.
A propósito do medo contaram-me a seguinte “estória”: Havia um rapaz que dizia não ter medo de nada. Nem do cemitério. Então os amigos combinaram que iriam à meia-noite (que é quando tudo acontece) ao cemitério colocar uma estaca de madeira em certa sepultura. E lá foram. Ele sempre sem medos! À primeira badalada do sino saltou o muro e espetou a estaca. Não reparou que o capote que tinha vestido ficara também preso à estaca. Quando quis sair não conseguiu. Pensou que uma mão o puxava. Teve tanto medo que o encontraram desmaiado dentro do cemitério. Acabou com as fanfarronices.
Nunca mais disse que não tinha medo.
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