A Filarmónica Artística Pombalense (FAP) foi agraciada com a medalha de ouro e o primeiro prémio na categoria de orquestra do ‘International Music Moscow Competition 2021’, na Rússia, com a peça Aria for Sax de Lorenzo Pusccedu, interpretada pela solista Mariana Pedrosa.
“Este concurso é direccionado para as camadas mais jovens e como temos uma Filarmónica com uma faixa etária muito jovem, na casa dos 20 anos, o nosso maestro Lourenço Cruz pegou numa gravação que fizemos para o encontro de bandas do concelho, submeteu-a e ganhámos!”, contou Carla Longo, presidente da Associação Filarmónica Artística Pombalense, ao TERRAS DE SICÓ.
Esta foi a primeira vez que a FAP concorreu a alguma categoria do ‘International Music Moscow Competition’ dado que, até há dois anos atrás, o concurso decorria de forma presencial impossibilitando assim a participação da filarmónica, pois “a logística implícita para a participação num concurso deste género, onde seria necessário o transporte de 50 pessoas mais instrumentos, não nos permitiria marcar presença”, refere, salientando que “a pandemia também trouxe algumas vantagens, de que é exemplo a participação num concurso desta envergadura”.
O trabalho apresentado foi avaliado por um júri internacional entre 160 concorrentes oriundos de 26 países, sendo-lhes atribuída a classificação de 97%.
No entanto, nem só de bons momentos vive a FAP e num período particularmente difícil para a cultura, a presidente da associação realça as dificuldades sentidas durante o último ano.
“Temos uma gestão financeira desde há um ano muito apertada porque não temos feito qualquer serviço, mas tínhamos até aqui uma condição financeira bem consolidada, que até agora nos tem permitido manter a actividade, continuando a remunerar todos os nossos colaboradores mediante a proporcionalidade do seu trabalho. Este é mais um ano em que não vamos ter a nossa habitual fonte de rendimento, nomeadamente as festas e arraiais populares, mas temos procurado alternativas mediante as oportunidades que vão surgindo. Candidatámo-nos a um projecto do Ministério da Cultura para fazermos um concerto de dinamização da zona histórica da cidade de Pombal e agora vamos esperar que a resposta seja positiva”, confidencia Carla Longo.
A dirigente frisa a importância que o maestro Lourenço Cruz, que iniciou funções em Outubro do ano passado, tem tido na união e vida da filarmónica em tempos complicados. “Só conseguimos ter dois ensaios presenciais com ele porque voltou tudo a fechar passado pouco tempo, mas a sua tenacidade e capacidade de trabalho são admiráveis. Num momento em que a socialização não é permitida, algo essencial para manter vivo o associativismo e a união, o maestro tem tentado colmatar esta ausência física com ensaios virtuais, fazendo um acompanhamento constante com os nossos músicos. Comparo o nosso maestro a um treinador de futebol. Todas as equipas precisam de alguém que os incentive, que os mantenha moralizados e disciplinados e, no fundo, isso é tudo o que o Lourenço tem feito com os nossos músicos”, elogia.
Questionada sobre o futuro, Carla Longo fala de um tempo de incerteza onde as três valências de que a associação dispõe se encontram a funcionar a “meio gás”.
“Nós temos três valências: música, dança e saúde e bem-estar. A parte da saúde e bem-estar está suspensa porque tínhamos uma faixa etária bastante avançada a frequentar as nossas aulas e por uma questão de segurança, decidimos suspender. A dança tem trabalhado sobretudo em modo online, com a coordenação da Marina, que tem feito um trabalho excelente, e a parte musical tem sido trabalhada pelo Lourenço. Tem sido uma equipa que tem feito um trabalho fantástico, têm suado muito a camisola por esta casa para que a possamos manter aberta”, congratula-se a dirigente.
RUTE AZEVEDO SANTOS
[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]
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