O Serviço Municipal de Protecção Civil de Alvaiázere quer atacar em força a vespa asiática, que também no concelho não tem dado descanso, e tem em curso um projecto de disseminação de armadinhas “artesanais” de captura do insecto, para combater a praga.
Uma mistura líquida de vinho branco, levedura de padeiro, açúcar e groselha dentro de uma garrafa de plástico de um litro e meio, “articulada” a preceito, e está preparada a solução para a caça às abelhas-mestras ou rainhas, evitando a sua reprodução uns meses mais tarde nos ninhos.
“Quanto mais armadilhas colocarmos nesta altura menos vespas-rainhas vamos ter na fase de maior densidade, menos ninhos teremos no futuro”, refere Mário Bruno, coordenador municipal de protecção civil, dando nota da parceria com as juntas de freguesia do concelho para a distribuição em massa das referidas armadilhas.
A Câmara cede às juntas os materiais para o composto líquido e é pedida a colaboração da população para, a par das autarquias, também participar na distribuição das garrafas “armadilhadas” por diversos locais, como junto a habitações, barracões, terrenos agrícolas ou florestais”.
Mário Bruno assegura que o método de captura é infalível e daí a intenção de o estender ao máximo em quantidade e área.
“Estamos na fase de recolher garrafas e fazer a distribuição destas e da mistura pelas juntas de freguesia, com quem articulámos todos os procedimentos”, salienta o responsável pela protecção civil municipal.
A campanha vai também ser explicada aos munícipes através de um panfleto que chegará às suas casas.
Garrafas, precisam-se
Em Maçãs de Dona Maria, a junta de freguesia não perdeu tempo e já colocou em prática uma recolha de garrafas de plástico, já utilizadas, para montar as armadilhas.
“Queremos montar mais de 300 armadilhas na freguesia e não temos garrafas para tanto. Assim pedimos à população que nos faça chegar garrafas vazias para podermos utilizar”, adianta o presidente da junta, Eduardo Laranjeira, prevendo instalar o todo o ‘sistema de captura’ durante o mês de Abril.
Segundo o autarca, “quanto mais rápido tivermos as armadilhas colocadas, mas abelhas apanhamos e menos ninhos teremos no futuro”. “Queremos matar o mal pela raiz”, reforça Eduardo Laranjeira, líder de uma freguesia “bastante afectada” em prejuízos pela acção da vespa asiática.
Praga (já) de uma década…
Desde 2011 que está confirmada a presença da vespa velutina (asiática) em Portugal, espécie não-indígena, predadora da abelha europeia. Os primeiros ninhos e avistamentos do insecto foram confirmados no norte do país e, desde então, tem-se assistido a uma progressão gradual da área afectada no território nacional. Em Sicó, os “problemas” com o insecto começaram sobretudo em 2017 e têm sido várias as tentativas para conter a sua propagação.
Por tratar-se de uma espécie carnívora e predadora de abelhas, a vespa asiática é uma ameaça à sustentabilidade da apicultura em território nacional, sendo já bem evidentes as consequências directas na produção de mel e produtos relacionados, assim como na produção agrícola, por via da diminuição da polinização vegetal, ponderada a importância das abelhas melíferas nesta relevante função biológica.
A vespa asiática constitui também um risco para as populações. Segundo a Direcção-Geral da Saúde, no caso de sentirem os ninhos ameaçados, reagem de modo bastante agressivo, incluindo perseguições até algumas centenas de metros.
[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]
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