O PS de Coimbra defendeu a existência de dois hospitais centrais na cidade, recusando o encerramento de serviços no Hospital Geral (Covões), que integra o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).
“Coimbra precisa de dois Hospitais Gerais Centrais (e não de um Hospital Central e o outro um ‘armazém’), devendo ser reconhecida a importância e a necessidade para Coimbra, para a Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra, para a região Centro e mesmo para o país, em prol das necessidades em saúde das populações, com a evidência já demonstrada, apesar do autismo administrativo”, lê-se num comunicado, enviado à agência Lusa.
Os socialistas salientam que para recuperar a designação “Coimbra, capital da saúde”, é necessário melhorar “o direito à saúde, com dignidade, qualificação e competência dos profissionais de saúde e a satisfação dos cidadãos, que têm demonstrado através de múltiplas manifestações (inclusive Petição Pública a aguardar debate na Assembleia da República), que querem o Hospital dos Covões, a par do Hospital da Universidade de Coimbra (HUC)”.
Assinado pelo médico Hernâni Caniço, do secretariado da concelhia de Coimbra, o comunicado denuncia que o CHUC pretende encerrar quinta-feira a Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital dos Covões, que foi utilizado no distrito como unidade de referência para o tratamento da covid-19.
“E quando seria expectável finalmente a compreensão da necessidade de dois Hospitais Gerais Centrais em Coimbra, para Coimbra e para a Região Centro, eis que a administração do CHUC decide ou tem intenção de encerrar em 1 de Abril a Unidade de Cuidados Intensivos do Covões”, lê-se no documento.
Situação que o PS de Coimbra considera estranha, na medida em que “a administração do CHUC quer fazer cirurgia bariátrica no Hospital dos Covões, o que exige Unidade de Cuidados Intensivos”.
“Independentemente de uma quarta vaga covid-19, que obrigaria a retoma de utilização de recursos logísticos, técnicos e humanos nos dois hospitais (também para não haver atraso no diagnóstico e tratamento e consequências casuísticas e mortais inerentes), há necessidade de recuperar e retomar a actividade médico-cirúrgica em atraso, minimizando o impacto da subida das taxas de mortalidade (onde se encontram, por exemplo, cerca de 3.000 cancros por mês que não têm sido diagnosticados)”, acrescenta a nota.
O PS recorda que antes da pandemia da covid-19, “a administração do CHUC dava continuidade ao desmantelamento do Hospital dos Covões como Hospital Geral Central, com marcada redução de camas e de profissionais de saúde, com várias enfermarias vazias, a quase totalidade das especialidades e dos profissionais retirados para os Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), onde a sua produtividade se reduzia por falta de blocos operatórios, salas de consulta e exames auxiliares de diagnóstico, dificultando ainda mais a vida aos doentes, com atrasos em listas de espera significativos”.
Os socialistas de Coimbra frisam que com o início da pandemia a administração do CHUC recuou nas suas intenções e decidiu transformar o Hospital dos Covões num hospital de referência para a covid-19, recolocando camas e reabrindo enfermarias encerradas.
“As camas dos Cuidados Intensivos estendiam-se às salas de operações e às de recobro cirúrgico, o Serviço de Urgência era de uso exclusivo para doentes covid-19 ou suspeitos (sendo todos sem excepção para lá enviados pela Saúde 24 e pelo Serviço de Urgência do HUC), e os profissionais foram reenviados do HUC para o Hospital dos Covões”, adianta o comunicado.
LUSA
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