O Tribunal de Coimbra começa a julgar na quinta-feira um jovem de 18 anos acusado de seis roubos a mulheres, em 2020, sendo também suspeito de tentar violar uma das vítimas e coagir sexualmente outra.
O jovem, que à data dos factos tinha 17 anos, procurava roubar mulheres durante a noite, quando estavam sozinhas na via pública, recorrendo à violência física e a uma faca de cozinha para as intimidar, procurando dificultar a sua identificação com a utilização de um capuz e uma máscara de protecção, afirma o Ministério Público, no despacho de acusação a que a agência Lusa teve acesso.
O jovem de 18 anos é suspeito de coagir sexualmente uma das vítimas de roubo e de tentar violar outra.
Ao todo, o arguido é suspeito de seis roubos, quatro na forma consumada, entre Junho e Outubro de 2020, a maioria numa rua perpendicular à Alameda Armando Gonçalves, que liga a zona de Celas ao Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).
No primeiro roubo, em Junho, o arguido acabou por desistir da investida, depois de subtrair uma nota de dez euros à vitima, quando se aproximaram duas pessoas do local e fugiu para a sua residência.
Já em Julho, o jovem abordou uma mulher que se preparava para entrar no prédio onde reside, próximo da alameda, tendo ameaçado com uma faca de cozinha para lhe dar o telemóvel.
A vítima ainda deu o telemóvel, mas os dois envolveram-se numa disputa e o arguido, “a dado momento”, terá começado a apalpar o corpo da mulher.
“Assustada, a ofendida questionou o arguido se a iria violar, ao que este respondeu negativamente, apontando-lhe novamente a faca à zona das costelas e subtraiu o telemóvel, colocando-se em fuga”, relata o Ministério Público (MP), acrescentando que a vítima recebeu posteriormente duas mensagens pelo Instagram e pelo Facebook de alguém que dizia ter conhecimento do roubo e que o autor estava arrependido e propunha um encontro para devolver o telemóvel, mensagens que a mulher optou por não responder, por receio.
Segundo o MP, em Agosto o mesmo jovem tentou assaltar, sem sucesso, uma enfermeira e uma funcionária do CHUC que saíam do serviço e dirigiam-se para casa, à noite.
Em Setembro, na alta de Coimbra, o suspeito de 18 anos encostou a faca ao pescoço de uma mulher e ordenou-lhe que o acompanhasse até ao seu carro, o que esta recusou, oferecendo todos os bens que tinha consigo.
O indivíduo terá insistido, mas a mulher conseguiu atingir o arguido com um pontapé e libertar-se.
No entanto, o jovem acabou por alcançar a vítima, roubou-lhe o telemóvel e pôs-se em fuga.
Já a 10 de Outubro, numa zona próxima da Cruz de Celas, no centro da cidade, o arguido abordou uma mulher dizendo para não gritar e não fazer barulho, caso contrário “espetava a faca”.
A vítima deu o telemóvel, finalizou a sessão de identificação para o telemóvel não ser rastreado e deu-lhe o código de desbloqueio.
De seguida, o jovem terá agarrado a ofendida pelo braço, com a faca encostada à barriga e obrigou-a a ir para um local mais escuro, por trás de uma árvore, onde a obrigou a baixar as calças e as cuecas.
No momento em que o arguido tocava na ofendida surgiu um carro, tendo ordenado à vitima para abandonar o local sem gritar nem fazer barulho.
Na residência do jovem, foram encontrados dois telemóveis roubados e foi apreendido ao seu irmão o telemóvel de uma das vítimas.
O jovem é acusado de quatro roubos na forma consumada, dois na forma tentada, um crime de coacção sexual na forma consumada e um crime de violação na forma tentada.
O julgamento começa na quinta-feira, às 09h30.
LUSA
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