O município de Miranda do Corvo voltou a queixar-se à Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM) do deficiente serviço de cobertura de Internet no concelho, à semelhança do que havia acontecido em Abril de 2020.
Em comunicado, o município recorda que os locais mais prejudicados são as aldeias das freguesias de Vila Nova, Lamas, Semide e Miranda do Corvo mais afastadas da sede do concelho.
“A capacidade infra-estrutural instalada por parte das operadoras não é suficiente para responder às necessidades de acesso à escola por meios digitais ou de teletrabalho”, refere a nota.
Segundo a autarquia, na grande maioria das aldeias com menos cobertura de Internet “não é sequer possível ter mais que um computador ligado à internet em simultâneo”.
O presidente da Câmara, Miguel Baptista, refere que ainda existem locais que não são servidos por fibra óptica, estando o serviço de Internet apenas disponível por ADSL e “com qualidade deficiente”.
De acordo com o autarca, a cobertura de rede móvel mostra-se “inadequada para responder às necessidades”.
“A cobertura de 4G é muito reduzida, em 3G é insuficiente, havendo mesmo aldeias sem cobertura de rede móvel”, frisa.
Em Junho de 2020, a Câmara Municipal enviou à ANACOM um levantamento exaustivo por freguesia e por aldeia do tipo de cobertura disponível (fibra óptica, ADSL e rede móvel).
“Com o regresso das aulas através da Internet, surge o receio de que muitos alunos não consigam acompanhar devidamente as aulas, por falta de qualidade da ligação de dados”, salienta Miguel Baptista.
O presidente da Câmara adianta ainda que “têm surgido diversas queixas de munícipes impossibilitados de realizar as suas tarefas laborais em regime de teletrabalho, além da situação agora agravada com o regresso do ensino à distância, o que causa inadmissíveis prejuízos aos alunos”.
O autarca refere também que o município e as juntas de freguesia estão disponíveis “para colaborar com a ANACOM e com as operadoras para resolver ou menorizar este problema, que poderá causar graves desigualdades entre a população”.
“O objectivo é permitir que todos os alunos do concelho possam ter acesso a um serviço que lhes permita “acompanhar devidamente as aulas ou os trabalhadores possam estar em regime de teletrabalho”, sublinha.
LUSA
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