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Leiria: CDS-PP critica Governo por não pôr construção de ETES no topo das prioridades

12 de Fevereiro 2021

A Comissão Política Distrital de Leiria do CDS-PP criticou hoje a ministra da Agricultura e do Mar, por ter anunciado que a construção de uma estação de tratamento de efluentes suinícolas (ETES) “não está nas prioridades”.

Numa nota de imprensa, o CDS-PP recordou que, no dia 10 de Fevereiro, durante a audição na Comissão de Agricultura e Mar, Maria do Céu Antunes referiu que, “de acordo com a Estratégia Nacional para os Efluentes Agro-pecuários e Agro-industriais [ENEAPAI]”, a construção de uma ETES “não está no topo das nossas prioridades”.

“Desconhece [a ministra] o que a população tem passado com as descargas ilegais das suiniculturas. (…) No ano passado houve 14 denúncias de descargas de efluentes pecuárias registadas pela GNR e, durante este ano, a GNR já detectou 11”, lê-se no comunicado.

Para o CDS-PP, a ministra da Agricultura e o ministro do Ambiente e Transição Energética são responsáveis “por não permitirem” que o distrito de Leiria, que “todo este território reinvente um contracto social com o mundo agro-rural para lá de todas as dicotomias reais e artificiais criadas pela modernidade urbano/industrial e urbano/rural”.

“Esses ministros passaram a ser cúmplices no insucesso de uma política adiada para um desenvolvimento sustentável de Leiria”, sublinha a nota, ao considerar que a “resolução deste crime ambiental é pertinente e, sobretudo, mais do que prioritário”.

O CDS-PP acrescentou ainda que o Governo “poderia ser mais célere a criar condições para um mercado agroecológico, fonte de bens de mérito e reputação, pela sua natureza socio estrutural”.

“Ao criar mercados de produtos limpos, justos e seguros ambientalmente, ao criar mercados da biodiversidade dos serviços de ecossistema, nomeadamente bens de mérito por excelência e ao criar mercados dos chamados 4R (reduzir, reciclar, reparar e reutilizar), a indústria suinícola bem teria a oportunidade melhorar a sua imagem através da acção política”, lê-se na nota de imprensa.

Segundo o CDS-PP, a “política bem podia criar todas estas condições para que Leiria e toda esta região se transformassem numa marca renovada”.

Depois das declarações do ministro do Ambiente e da Transição Energética, que também referiu no final do ano que a construção de uma ETES em Leiria estaria afastada, e da ministra da Agricultura e do Mar, o CDS-PP considera que está a ser “vedada a Leiria a entrada no pacto ecológico europeu e a sua participação proactiva no futuro dos processos de ruralização”.

LUSA


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