O projecto de Contrato Local de Desenvolvimento Social (CLDS) – 4G, designado por Penela Inclusiva, arrancou há 8 meses e assumiu como máxima “minimizar a exclusão social, o isolamento e promover o envelhecimento activo, por ser um instrumento que visa intervir numa lógica de proximidade”.
Paula Sá, coordenadora deste projecto, declara que “num concelho tão envelhecido, os nossos eixos de intervenção são o 3 e o 4, que estão direccionados para a população mais idosa, mas o nosso projecto do CLDS é composto por 11 actividades, sendo que duas delas não são obrigatórias mas nós optámos por ficar com elas, uma vez que se justificava aqui também na nossa área. Apesar de estas duas actividades não estarem relacionadas com a população idosa, tendo em conta o resultado de outros CLDS anteriores, justificava-se darmos algum apoio de rectaguarda nestes eixos: o eixo 1 que diz respeito à questão da empregabilidade e o 2 que apoia a parentalidade”.
Este projecto, que estará em vigor por todo o concelho de Penela durante 3 anos, é composto então por 11 actividades diferentes: Ser mais activo; Nós estamos aqui!; Viagens na nossa Terra; Levantamento de Cantares e Tradições; Estou Aqui Vizinho!; Associação Activa – Vida Comunitária Enriquecida; Exposição Permanente, Perto de Si; TIC à Porta; Gabinete de Apoio à Empregabilidade e Apoio à Parentalidade.
“Todas as actividades que existem no projecto são importantes mas de facto as que estão voltadas para a nossa população idosa são aquelas onde mantemos o nosso foco. A actividade que nos ocupa mais tempo é a “Nós estamos aqui!” porque fazemos visitas domiciliárias a pessoas que estão mais isoladas, solitárias e muitas vezes frágeis”, contou Paula Sá ao TERRAS DE SICÓ.
As visitas encontram-se a cargo de uma psicóloga e de uma assistente social que procuram visitar os 70 idosos sinalizados “pelo menos uma vez por mês porque nesta pandemia, a sua situação de solidão e isolamento foi exacerbada em virtude da prevenção e da caracterização desta população como sendo ‘de risco’ ”, forçando os idosos a permanecerem grande parte dos seus dias sozinhos, sem ocupação, debilitados e, por vezes, sem condições habitacionais promotoras de uma sensação de conforto e bem-estar. Neste contexto, a visita da nossa equipa torna-se luz e esperança nos dias em que nem sempre vêem o horizonte, apenas um túnel sem saída contando os dias para o fim das suas vidas”, explica a coordenadora do ‘Penela Inclusiva’.
Ainda que o projecto seja composto por 11 actividades face à actual situação pandémica, “nem todas estão a ser desenvolvidas como gostaríamos, estamos muitos limitados a nível de actuação porque existe efectivamente o risco de contágio e um medo que lhe é inerente. Algumas delas estão em standby, uma pausa que esperamos que acabe rapidamente e outras estão apenas a meio gás”.
No entanto, apesar de o projecto não se encontrar a “pleno vapor” as mudanças são já notórias, principalmente na questão do convívio e do contacto com o outro.
“Este feedback que temos é da relação que temos com as pessoas, não é algo que consigamos quantificar. Os idosos que visitamos dizem que estavam à espera que passássemos, que esperavam a nossa visita mas os outros, aqueles com quem desenvolvemos ateliers na actividade ‘Ser mais activo’, perceberam que precisam do outro, de conviver com pessoas da idade deles e que isso os mantém mentalmente sãos”, afirmou.
Porém, a preocupação da equipa que constitui o “Penela Inclusiva” é deixar “semente” para que todas as actividades que estão a ser realizadas, ou que se realizarão no futuro, sejam “continuadas pela própria comunidade de forma a colmatar a situação de isolamento a que os mais velhos estão sujeitos”.
[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]
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