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Penela: Ampliação de lar de idosos da Misericórdia passa pela antiga Casa da Criança

3 de Janeiro 2021

A Santa Casa da Misericórdia de Penela elegeu, no passado dia 23 de Dezembro, os órgãos sociais que irão reger a instituição até 2024.

“Se houvesse outra lista, não me recandidatava. Infelizmente, não há voluntários dispostos a assumir a instituição. Penela está a ficar sem pessoas novas”, desabafa ao TERRAS DE SICÓ Fernando Antunes, reeleito provedor da Misericórdia.

Encontra-se à frente da instituição desde 2011 e considera que a Santa Casa “é um ex-libris da região com mais de 60 anos de funcionamento”. Para Fernando Antunes, a grande obra física concretizada no anterior mandato, que chegou ao fim este ano, foi a Unidade de Cuidados Continuados (UCC), que passou de 19 para 30 camas, totalmente executada com financiamento próprio que rondou os 350.000 euros.

A meta para o próximo mandato passa pela requalificação do edifício da antiga Casa da Criança, de modo a incluí-lo no projecto de ampliação da Estrutura Residencial para Pessoas Idosas (ERPI).

“É um projecto que, depois de concluído, orçará muito perto de um milhão e meio de euros e que só será exequível se virmos aprovada uma candidatura ao programa PARES 3.0. Sabemos ser uma tarefa ambiciosa, mas citando a canção que nos lembra que ‘o sonho comanda a vida’, vamos partir para esta etapa com convicção e esperança”, afirma o provedor.

Apesar de julgar que este é um projecto ambicioso para o ano que se avizinha, a instituição considera que a maior necessidade de Penela continua a ser a resposta social dada à população que “está cada vez mais envelhecida e isolada, onde em muitas aldeias já só restam dois ou três habitantes e que muitas vezes carecem de apoio domiciliário. A ampliação do lar continua a ser a maior necessidade da região”.

A ampliação da valência desta instituição prevê a abertura de cerca de 12 novos postos de trabalho, sendo que cerca de 65% dos gastos da Santa Casa da Misericórdia de Penela são com os vencimentos dos funcionários.

“Não temos capacidade para acudir a todos. Se calhar precisávamos de mais pessoal qualificado mas não há condição para mais. Cada vez que o ordenado mínimo aumenta é uma dor de cabeça para as instituições sociais. Não há receita para cobrir as despesas que temos”, admite Fernando Antunes.

Este ano, com a actual situação pandémica que o mundo atravessa devido à covid-19, o apoio psicológico aos utentes revelou-se “essencial na redução do pânico, tornando-se assim fundamental definir directrizes e divulgar recomendações precisas aos utentes adequadas a esta situação. Porém, alterar hábitos exige um esforço cognitivo, aumentando os níveis de stress e a consequente alteração de comportamentos. Sabe-se que o isolamento social, na actual situação que vivemos, é uma condição essencial no controlo da propagação deste vírus, contudo o mesmo pode gerar alterações do estado psíquico e emocional dos utentes e colaboradores”.

Fernando Antunes confirma que “já tivemos cinco casos [de covid], mas que controlámos”, referindo que actualmente a instituição não tem qualquer caso positivo, todavia, de “um momento para o outro tudo pode mudar”.

O plano da instituição para o próximo ano, além da ampliação da infra-estrutura da ERPI, passa também por continuar a auxiliar os utentes psicologicamente para que estes consigam assim “gerir emoções (stress, ansiedade, angústia, medo) na actual situação de crise, promover a resiliência psicológica, diminuir a probabilidade de desenvolver problemas de saúde mental na sequência desta pandemia e promover o sentimento de segurança dos utentes, bem como dos nossos profissionais”, sem esquecer a “importância do trabalho que tem de continuar a ser feito nas valências de ERPI e UCC, uma vez que com o aumento da esperança de vida, cresce também o número de pessoas afectadas por perturbações neuro cognitivas, nas quais a demência se insere. Pelo impacto que têm na vida dos utentes, e das suas famílias, estas perturbações/demências são consideradas uma prioridade”, refere o dirigente.

“A intervenção nestas respostas sociais direcciona-se para a integração de novos utentes, procurando sempre reduzir o impacto da institucionalização/internamento atendendo às suas necessidades e expectativas”, realça o provedor.

Fernando Antunes mantêm-se como provedor, na liderança da mesa administrativa da Misericórdia, presidindo Mário Simões à Assembleia Geral e José Dias da Paz ao conselho fiscal.

[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]


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