A Câmara da Lousã congratulou-se hoje com a aprovação pela Comissão Europeia (CE) da comparticipação de 60 milhões de euros que estava prevista para o Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM), quando já decorrem algumas obras do projecto.
“É uma boa notícia”, disse à agência Lusa Luís Antunes, presidente da autarquia da Lousã, um dos três municípios que eram servidos pelo antigo ramal ferroviário da Lousã, a par de Coimbra e Miranda do Corvo, actualmente envolvidos com o Governo naquele empreendimento.
A contribuição comunitária, cuja aprovação foi anunciada na sexta-feira, “permite diminuir o esforço financeiro do Estado português”, além de ser “um sinal de que a CE avaliou positivamente e entendeu que o projecto era merecedor” desse apoio, adiantou.
Luís Antunes, do PS, que é também presidente da mesa da assembleia geral da Metro Mondego, da qual fazem parte as três autarquias, salientou que desde Setembro estão em execução os trabalhos entre Serpins (Lousã) e Alto de São João (Coimbra).
Ainda no Ramal da Lousã, foi lançado o concurso da empreitada da área urbana entre o Alto de São João e a Portagem, em Coimbra, estando a decorrer trabalhos na Baixa da cidade, para permitir a ligação do canal da antiga ferrovia às zonas mais altas da cidade, através da futura Linha do Hospital.
Na sexta-feira, em comunicado, o gabinete do ministro das Infra-estruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, realçou que aquela decisão da Comissão Europeia traduz “um apoio do Fundo de Coesão no valor de 60 milhões de euros e um investimento elegível total no montante de mais de 89 milhões de euros”.
A comparticipação da União Europeia é concretizada através do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR).
O Governo recordou que o SMM “consiste na implementação de um metrobus, utilizando veículos eléctricos a baterias” que irão operar no antigo Ramal da Lousã e em Coimbra, ligando esta cidade a Serpins, no concelho da Lousã, com passagem em Miranda do Corvo.
Servido por autocarros eléctricos, o SMM deverá constituir-se “como o futuro sistema de mobilidade da região, com elevados níveis de segurança, rapidez e conforto”, segundo a nota.
Das quatro empreitadas que integram o projecto do SMM, está em curso a obra entre Serpins e o Alto de São João e decorre o concurso da empreitada para o troço Alto de São João – Portagem.
O SMM visa “promover a mobilidade sustentável, através da implementação de um serviço de mobilidade atractivo e competitivo, operado por autocarros eléctricos, conduzindo à transferência modal para um modo de transporte energeticamente mais eficiente e com menores emissões”.
O Ramal da Lousã, onde o comboio começou a circular em 1906, foi encerrado há 11 anos, para acolher um sistema de metro ligeiro prometido por sucessivos governos, desde 1993, mas que nunca chegou a sair do papel.
O desmantelamento da linha centenária começou em finais de 2009, por iniciativa do último Governo de José Sócrates, e as obras pararam algum tempo depois devido a problemas financeiros, continuando os utentes a ser transportados, até agora, em autocarros.
Segundo diferentes estimativas, o Estado já gastou mais de 150 milhões de euros em diversas intervenções no Ramal da Lousã, incluindo a construção das interfaces rodoferroviárias nas estações, e na realização de cerca de 100 estudos e projectos para fazer avançar o metro sobre carris, solução abandonada pelo actual Governo, bem como o funcionamento da empresa Metro Mondego, criada em 1996 e pela qual passaram várias administrações ao longo de uma dezena de governos.
LUSA
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