Manuel Branco deixa este sábado a presidência do Centro Social e Polivalente de Ega, após mais de 12 anos de liderança, na segunda passagem pela instituição. José Luís Rebelo é o novo presidente.
Saiu em 1989, regressou em Abril de 2008 e, 152 meses passados, é tempo de “uma nova geração valorizar o que está construído”. Manuel Bicho Branco, de 73 anos, chegou à liderança da associação novo ainda. Com os seus pares, meteu mãos à obra e edificou a primeira sede. Concluído o projecto, estava a década de 1980 a findar, decidiu que era tempo de chegaram novos protagonistas e novas ideias.
Voltaria quase duas décadas depois para ajudar a edificar o sonho de um novo lar para os mais velhos. Foi com o objectivo em mente que regressou, é com ele cumprido que agora parte.
“Foram mais de 12 anos muito activos, muito cheios, muito stressantes, com muitas dificuldades, mas também com muitas alegrias. Entendo que chegou a hora. Completa-se um ciclo, que foi a programação da obra física, a sua construção e o arrancar com o funcionamento da área social. Julgo que é tempo de uma nova geração valorizar o que está construído e acho que esta nova equipa é gente capaz”, realça Manuel Branco.
O dirigente recorda a linha de actuação traçada logo naquele início de 2008, com o foco centrado na área social, sobressaindo o sonho de avançar para a empreitada de colocar de pé a Estrutura Residencial para Pessoas Idosas (ERPI). Para canalizar para esse desiderato todas as energias era necessário “separar as actividades culturais e desportivas da vertente social” e aí nasce “Os Ugas” – Associação Desportivo e Cultural de Ega, que fica responsável por essas áreas. Ainda hoje e com assinalável êxito.
Colocar de pé um projecto de 2,3 milhões de euros, o custo do novo lar, não se antevia um processo fácil. “Sabíamos que era muito difícil, mas fizemos o nosso trabalho de casa e depois tivemos uma boa recepção do Instituto da Segurança Social, concretamente dos Serviços Distritais de Coimbra, que recebeu o nosso projecto e entendeu que era viável e útil para o concelho de Condeixa, que tinha uma baixa cobertura na área residencial de lar. A própria Câmara Municipal desde o princípio apoiou-nos na ideia, realizando um investimento considerável, que rondou os 800.000 euros. No fundo, conseguimos reunir as vontades e os recursos para concretizar a obra”, congratula-se Manuel Branco.
A instituição presta apoio a mais de uma centena de utentes nas valências de lar, serviço de apoio domiciliário e centro de dia, esta agora “suspensa” devido à pandemia, com os idosos a receberam a assistência no domicílio.
Programas de apoio como o “Desafio Sénior” ou o Contrato Local de Desenvolvimento Social são outros projectos em que o Centro Social de Ega está envolvido, desempenhando “a nossa função” assistencial.
Na hora da saída, o dirigente apenas lamenta que a covid-19 tenha tornado 2020 num “ano terrível” e impossibilitado de concretizar o desejo de “ver os utentes felizes, com as famílias”. “Esse bem-estar que idealizámos não foi possível atingir dadas as circunstâncias, mas estou convencido que logo que esta fase complicada termine rapidamente se conseguirá atingir essa situação”, afirma.
Até agora tem sido possível evitar casos de contaminação de coronavírus na instituição. Manuel Branco destaca o empenho dos profissionais e colaboradores na concretização desse objectivo.
A situação financeira do Centro Social é “equilibrada, porque somos exigentes e contamos os tostões todos os dias”. No entanto, a covid veio complicar as contas, por exemplo, na admissão de novos utentes, reflectindo-se nas receitas.
Para os novos dirigentes fica a tarefa de instalar a climatização adequada ao período de Verão e a avaliação do recurso à energia solar para as necessidades de consumo na ERPI. E fica também a “lástima da piscina” pertencente à associação e que se encontra fechada há meia dúzia de anos, “por causa de um papel que precisa de ser passado pela Câmara”. “É uma mágoa que deixo. Uma situação que se resolvia em 30 dias e que passados seis anos ainda não tem o papel passado”, observa.
Manuel Branco sai com a “consciência do dever cumprido” e com as questões sociais “entranhadas” em si. Aos votos de um bom ano de 2021 aos utentes da instituição e seus familiares, o ainda presidente junta a certeza de toda a colaboração solicitada pela nova equipa que vai entrar em funções.
Mudança de ciclo
José Luís Rebelo foi eleito, recentemente, como novo presidente da direcção do Centro Social Polivalente de Ega, encabeçando a única lista candidata ao sufrágio dos corpos sociais para o quadriénio 2021/2024. “Lidera a mesa da assembleia-geral desde Abril de 2008, desde que assumi a presidência, e conhece os meandros da casa, constata Manuel Branco, elogiando o naipe dirigente que constituiu, com “elementos excepcionais, boa equipa, que vai fazer aquilo que é preciso”.
José Luís Sousa Rebelo estará acompanhado na direcção por Maria Helena Duarte Pereira (vice-presidente), António Pires de Sousa (tesoureiro), Maria Helena Alves Branco (secretária), Fernando Pires Gonçalves, Fernando Gorgulho Coelho e José Carlos dos Santos (vogais).
A Assembleia-Geral passa a ser presidida por Jorge Loureiro Morais e terá como secretários Bruna Filipa Pires dos Santos e Raquel Rebelo Paulino.
Joaquim Rebelo Loureiro presidirá ao Conselho Fiscal, tendo Duarte Nuno Pereira Neves e David Neves Branco como vogais.
A tomada de posse está marcada amanhã.
[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]
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