A Associação Portuguesa dos Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) de Soure candidatou o alargamento e requalificação do lar residencial ao Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais (PARES), uma obra de mais de meio milhão de euros “muito importante” no apoio a “pessoas vulneráveis”.
“A ampliação do lar tem sido um processo muito complicado, que procuramos resolver já há algum tempo e não tem sido fácil, mas com esta candidatura temos mais uma esperança que se venha a concretizar, porque é de extrema necessidade, uma vez que temos uma lista de espera cada vez maior”, frisa o presidente da instituição, Santos Mota, agora reeleito para novo mandato.
A APPACDM de Soure apoia cerca de duas centenas de utentes nas diversas valências, contando com 20 pessoas no lar residencial e sete na residência autónoma. A ampliação do lar permitiria acolher mais uma dezena de utentes, “o que já era bom”.
A obra vai ainda possibilitar “outro tipo de respostas disponíveis, respostas de qualidade” em diferentes serviços prestados.
“O nosso objectivo é sempre melhorar e dignificar a qualidade de vida destas pessoas”, traça o dirigente.
Mais quatro anos
António José Santos Mota, que já tem mais de duas décadas de APPACDM sourense, avançou para um novo mandato de quatro anos, até 2024, nas eleições realizadas no passado dia 29 de Dezembro, encabeçando a única lista a sufrágio.
“Os tempos estão difíceis e esta não é a hora de abandonar, é sim de nos juntarmos”, argumenta o dirigente, revelando que chegou a admitir, antes de a pandemia chegar, a saída da liderança da instituição no final do mandato em 2020.
A crise epidemiológica deixou “todas as IPSS” a passar por dificuldades, “com forte baixa de receitas e aumentos de despesas, e as coisas não têm sido fáceis”, admite.
O número de utentes e as valências da instituição “já obrigam a um esforço e a uma atenção muito cuidada e que terão de ser maiores nos tempos que atravessamos, com mais rigor ainda na gestão dos nossos recursos”.
“Os tempos não vão ser fáceis mas não podemos parar, encolher, e não sermos ambiciosos no sentido de garantir um futuro com mais qualidade aos nossos utentes”, sublinha o presidente da APPACDM de Soure, considerando que “as dificuldades são um estímulo para nos empenharmos ainda mais no apoio a estas pessoas”.
Com Santos Mota mantêm-se João Gouveia e Ivo Costa nas presidências da mesa da assembleia-geral e do conselho fiscal, respectivamente.
Os novos órgãos sociais integram, no entanto, algumas ‘caras novas’, no propósito assumido de “traçar um caminho de futuro e a estabilidade da instituição, para que não haja sobressaltos”.
A covid-19 gerou e gera preocupação entre os responsáveis da instituição, que já passaram por um “susto”, resolvido a preceito, mas todo o cuidado é pouco e o “cumprimento muito rigoroso das regras” é uma realidade, assegura o dirigente.
“Sentimos que temos de ser ainda mais úteis e mais empenhados no nosso esforço para garantir a qualidade e a dignidades destas pessoas”, confessa Santos Mota, elogiando o comportamento dos utentes, todos portadores de deficiência mental, perante as medidas restritivas impostas pela pandemia. “São bons exemplos para os ditos normais, que muitas vezes têm dificuldade no cumprimento das regras sanitárias”, afirma.
[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]
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