A Santa Casa da Misericórdia de Alvaiázere (SCMA) espera, “se tudo correr bem”, colocar a concurso em Fevereiro de 2021 a obra de construção da futura Estrutura Residencial para Idosos (ERPI). Um investimento de cerca de três milhões de euros, já com equipamento, para concretizar no próximo mandato dos órgãos sociais daquela instituição, cujas eleições decorrem este sábado, com lista única, de continuidade, mantendo Adelaide Santos como provedora.
“O nosso lar está muito velho, muito degradado e em termos físicos é um dos piores do distrito de Leiria”. A sua substituição é uma preocupação que nos tem acompanhado e temos trabalhado nesse fim. Já temos projecto, temos terreno, todo o processo está a andar, só falta o financiamento, que esperamos venha de uma candidatura que efectuámos ao PARES [Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais]. Se tudo correr bem, queríamos pôr a obra a concurso em Fevereiro”, revela ao TERRAS DE SICÓ a provedora da SCMA.
Para trás estão 10 meses de pandemia, que alterou algumas prioridades e “as aflições do dia-a-dia mudaram”. Os projectos delineados sofreram compreensíveis atrasos, mas “estão bem encaminhados”, apesar das naturais dificuldades financeiras que a crise sanitária criou.
Em Lisboa, a SCMA tem em curso “um investimento bastante grande” de requalificação de prédios arrendados, “que estavam a precisar de obras porque já não rendiam”.
Reforçar a UCC
À frente da instituição desde 2014, Adelaide Santos refere que é pretensão da mesa administrativa no novo mandato reforçar a capacidade da Unidade de Cuidados Continuados em mais 10 camas, de forma a colmatar o défice financeiro crónico provocado pela existência de um serviço com apenas 21 camas, quando “o mínimo para não dar prejuízo são 30 camas”. Avançará uma candidatura à tutela nesse sentido.
Manter o foco “em elevar a prestação dos cuidados” e “alargar o âmbito de serviços à nossa comunidade” são objectivos a preservar no próximo quadriénio.
A SCMA disponibiliza as valências de lar, centro de dia e apoio domiciliário na terceira idade; hospital e unidade de cuidados continuados integrados na área da saúde, e creche para a infância.
A reabilitação do Cine-teatro José Mendes de Carvalho, para funcionar na área da cultura, é “um sonho que temos vindo a adiar, porque não se consegue fazer tudo de uma vez e há que estabelecer prioridades”, justifica a provedora.
Às eleições deste sábado (19) concorre apenas uma lista que propõe a continuidade de Adelaide Santos à frente da mesa administrativa, Ana Paula Ferreira como presidente da mesa da assembleia-geral e Esmeralda Dourado na liderança do conselho fiscal.
Vem aí um Natal mais triste…
A covid-19 tornará o Natal deste ano “um bocadinho mais triste” também nos lares de idosos, com os utentes destas instituições obrigados a manterem o isolamento e os cuidados redobrados dos últimos meses.
Não é por ser época festiva que o vírus ´mete férias´ e a consoada vai ressentir-se disso. “Vamos ter a ceia de Natal, com as couves e o bacalhau, o bolo-rei e outros condimentos possíveis, mas com as pessoas dividas em grupos e com todas as limitações que temos vindo a implementar”, adianta ao TERRAS DE SICÓ Adelaide Santos.
O ambiente da época será recriado dentro do possível, com as decorações, prendas e alguma animação musical, porém, o tradicional almoço natalício, reunindo utentes e familiares, não se vai realizar este ano, as visitas ao lar continuam com fortes limitações e os idosos saírem da instituição para passar a quadra próximo dos seus está fora de hipótese, refere aquela responsável, reforçando que “isolamento é isolamento e assim vai continuar a ser durante mais algum tempo”. A SCMA tem conseguido manter afastada qualquer contaminação e quer continuar os esforços para evitar qualquer surto que deite por terra o “enorme esforço” feito nos últimos meses.
“Vai ser um Natal diferente, mais fechado, mais isolado, enfim, um Natal um bocadinho mais triste”, admite a provedora.
[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]
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