A Lugrade – Bacalhau de Coimbra registou este mês um aumento de 43% na venda de bacalhau salgado seco inteiro no comércio tradicional, comparativamente ao período homólogo de 2019, disse à agência Lusa o gestor Joselito Lucas.
“Este crescimento, que se verificou entre 1 e 16 de Dezembro, deve-se ao aumento do consumo de bacalhau seco por parte dos portugueses e também ao facto de as pessoas estarem a recorrer mais às lojas de proximidade”, explicou.
No mesmo período, a Lugrade registou também um crescimento de 180% na comercialização de produtos porciados (bacalhau à posta), que, segundo Joselito Lucas, se deve a maior procura por estes produtos (lombos, badanas e rabos) e ao aumento significativo de cabazes de Natal, sobretudo por parte das empresas.
“Como as empresas não vão realizar os habituais jantares de Natal, estão a oferecer cabazes aos seus trabalhadores, que contemplam o bacalhau em caixas, que já vai cortado”, disse o gestor da empresa sediada em Coimbra e que foi fundada em 1987.
Por outro lado, refere o gestor, “as pessoas que procuram o bacalhau estão a comprar mais tarde”, o que também explica o aumento registado entre 1 e 16 de Dezembro, relativamente ao período homólogo de 2019.
No entanto, a empresa regista uma diminuição de 10% na venda de bacalhau demolhado ultracongelado, que está associada à redução do consumo no canal HORECA (Hotelaria, restaurantes e cafés), bastante penalizado pelas medidas restritivas de combate à pandemia da covid-19.
“No período de Maio e Junho houve uma quebra de vendas acima dos 50%, que depois nunca conseguimos recuperar”, referiu Joselito Lucas, salientando que, no total acumulado, a Lugrade prevê para este ano uma quebra de 10% na facturação relativamente a 2019.
O sector das exportações, que representa 15% do volume de negócios, cerca de quatro milhões de euros, vai também fechar o ano com perdas de 10%, que se deveu, sobretudo, ao “confinamento nos países europeus”.
“No pós confinamento recuperámos alguma coisa, mas não o suficiente”, disse Joselito Lucas, adiantando que a maior quebra se registou em França, um dos países bastante atingidos pela covid-19.
A empresa exporta para vários países do mundo, desde a Alemanha ao Canadá, passando pela Suíça.
Apesar de tudo, a Lugrade conseguiu, em 2020, abrir novos mercados em Singapura e Taiwan.
A empresa de salga, secagem, demolha e ultracongelação de bacalhau prevê fechar o ano de 2020 com uma facturação próxima dos 30 milhões de euros, inferior aos 32 milhões de euros contabilizados em 2019.
LUSA
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