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Ansião: IC8 com moção aprovada na Assembleia Municipal e petição aceite no Parlamento

18 de Dezembro 2020

Uma moção pela requalificação “urgente” do Itinerário Complementar n.º 8 (IC8) foi aprovada por unanimidade na última reunião da Assembleia Municipal de Ansião, sendo a segunda do género no decorrer do actual mandato autárquico.

O documento, proposto pela bancada do PSD, recorda o “significativo aumento da sinistralidade rodoviária, com várias vítimas mortais”, no troço entre o Avelar e Pombal, “o único” que falta melhorar para “completar a requalificação do Itinerário tão crucial para o desenvolvimento estratégico e integrado do nosso país”.

No texto é referido que uma intervenção no traçado não está incluída “em qualquer documento estratégico da Infraestruturas de Portugal” e que o ministro Pedro Nuno Santos afirmou recentemente a um jornal regional que a obra “não está contemplada nos investimentos estratégicos para os próximos anos”.

“A Assembleia Municipal de Ansião repudia as declarações do ministro das Infraestruturas e Habitação, uma vez que representam uma falta de interesse pela população do concelho de Ansião e do distrito de Leiria”, lê-se na moção que solicita ao governo que “diligencie no sentido de inverter aquela que é a sua posição actual, incluindo nos investimentos para os próximos anos a requalificação deste traçado do IC8”.

A moção defende ser “premente a execução do troço entre Pombal e Avelar, com a inclusão de um nó de acesso desnivelado no Parque Empresarial do Camporês (…) exigindo que o actual governo inclua nas suas prioridades esta importante intervenção para melhor servir o Interior de Portugal”.

Na sessão realizada no passado dia 11, o social-democrata Sérgio Pires salientou a concordância de todos com a “relevância estratégica da requalificação do IC8”, a “profunda tristeza”, que não resignação, por ver a obra constantemente adiada e criticou o ministro pelo “desrespeito pelos homens e mulheres de Ansião”, realçando a “falta de sensibilidade” governamental para “aproximar os territórios do Interior”.

Em defesa de Pedro Nuno Santos saiu o socialista José Miguel Medeiros, presidente da Assembleia Municipal, que apesar do voto favorável à moção, defendeu que o ministro não foi ofensivo, apenas “franco e leal” ao afirmar que não estava prevista para os próximos anos. “O que temos de fazer é exigir que passe a estar prevista, este problema tem de ser resolvido”, preconizou Medeiros.

Por seu turno, o presidente da Câmara lembrou que este é “um assunto que nos une há 30 anos” e entende que “não foi pela falta de requalificação do IC8 que Ansião não deixou de crescer, nem ninguém deixou de investir no concelho”.

António José Domingues considerou a moção “legítima, porque vem ao encontro daquilo que todos nós defendemos”, mas acusou o PSD de não se ter preocupado com a segurança rodoviária quando, há meses, votou contra a construção de uma rotunda naquele itinerário, junto ao Parque Empresarial do Camporês.

“Deixemo-nos de conversas fáceis e estéreis, esta é a nossa luta, e a luta dos ansianenses e temos de trabalhar por ela, não é uma luta minha, nem vossa”, atirou na direcção da bancada social-democrata.

A moção foi aprovada por unanimidade e será agora remetida “a quem de direito”.

Petição aceite no Parlamento

Entretanto, a petição pública “pela requalificação urgente” do IC8, que pretendia recolher assinaturas para levar o tema à discussão na Assembleia da República, lançada pelo denominado Movimento de Cidadãos em Defesa da Requalificação do IC8 e que tinha como primeira subscritora Célia Freire, líder da Concelhia de Ansião do PSD e vereadora sem pelouros, foi admitida no Parlamento.

Segundo o comunicado da nota de admissibilidade, a petição vai ser dada a conhecer ao membro do governo competente, devendo ser apreciada no prazo de 60 dias a contar da sua admissão.

Célia Freire considera que “tem sido um caminho cheio de desafios, e embora seja apenas mais um passo, estamos optimistas e acreditamos que alcançaremos o objectivo que tanto desejamos, promovendo por essa via a coesão territorial e prevenindo a desertificação nos concelhos do interior”.

A referida petição foi subscrita por mais de 4.800 pessoas, cerca de 1.500 das quais através da Internet. Na edição impressa desta sexta-feira, o nosso Jornal, por lapso, não dá nota das mais de 3.300 assinaturas presenciais, referindo-se apenas às recolhidas online.


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