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Condeixa: Bombeiros sofreram “rombo” devido à pandemia mas não desistem do novo quartel

23 de Novembro 2020

O rombo financeiro é “catastrófico”. É desta forma que o presidente da direcção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Condeixa avalia o impacto da pandemia nas contas da corporação, que no próximo dia 1 de Dezembro assinala os 43 anos de actividade ininterrupta.

A redução drástica do serviço de transporte de doentes não urgentes, devido à covid-19, cedo se reflectiu na actividade da associação e uma “ligeira retoma” sentida nos últimos meses está longe dos números de há um ano.

“Depois de gastarmos 200.000 euros num terreno para o novo quartel e mais 60.000 euros no projecto [de arquitectura] ficámos descapitalizados. Este é um período muito complicado, mas no qual ainda não faltámos aos nossos compromissos com funcionários e fornecedores”, salienta Gustavo Santos.

A corporação conta com cerca de uma centena de operacionais voluntários e perto de quatro dezenas de funcionários, “numa folha de honorários muito pesada no final do mês”.

A crise provocada pelo novo coronavírus não leva, no entanto, os dirigentes da associação a mudar o rumo e reafirmam a intenção de fazer avançar o projecto do novo quartel.

“Estamos a falar de coisas distintas, o quartel é uma folha de obra à parte, e a obra deve mesmo arrancar nos próximos meses”, anuncia o líder da associação humanitária, sinalizando o primeiro trimestre do próximo ano para o início da empreitada que vai custar mais de dois milhões de euros e cujo financiamento “está bem encaminhado”.

Não é para breve, mas os Bombeiros estão também a avaliar a substituição de algumas viaturas de socorro, já com quilometragem elevada, trocando-as por outras menos rodadas. “Não pensámos em comprar novo, porque não há grandes apoios para isso, mas sim trocar as viaturas mais velhas por outras mais recentes”, refere o dirigente.

A escolhida futura equipa de comando, chefiada por Rui Panão, ainda prossegue a necessária formação na Escola Nacional de Bombeiros, não havendo uma data para a entrada em funções. Paulo Marques mantêm-se assim como comandante de um corpo activo que “está bem e tem trabalhado lindamente”.

Gustavo Santos elogia o esforço acrescido dos operacionais, em tempos particularmente difíceis, para que a corporação continue a desempenhar bem a sua função, e reconhece a dificuldade do comando em gerir os condicionalismos que vão surgindo devido a situações de isolamento profiláctico que atingem também alguns bombeiros.

Não há desfile apeado, não há discursos, enfim, não há festa. O 43.º aniversário dos Bombeiros Voluntários de Condeixa vai ser, assim, dos mais tristes dos últimos anos, consequência de uma pandemia que deixa mais incertezas que certezas, mais inquietação do que vontade de festejar.

O dia 1 de Dezembro, tradicional feriado festivo em Condeixa, contará este ano apenas com o hastear das bandeiras no quartel, pelas 8h00, seguido da romagem aos cemitérios.

Os dirigentes da associação humanitária ainda estão a avaliar o evoluir da situação epidemiológica no concelho para decidir sobre a eventual entrega das habituais medalhas de bons serviços aos bombeiros, que a acontecer será numa cerimónia restrita, sem convidados.


  • Director: Lino Vinhal
  • Director-Adjunto: Luís Carlos Melo

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