A Polícia Judiciária, em articulação com o DIAP de Coimbra, desenvolveu uma investigação com vista à detecção de ligações do grupo terrorista “Resistência Galega” à região Centro do país, mais concretamente a Coimbra.
Este grupo independentista foi responsável, entre 2005 e 2011, por mais de 35 ataques com explosivos, em diferentes zonas de Espanha.
Embora não havendo vítimas a registar, foram provocados avultados danos materiais em diversos edifícios públicos e privados, tais como sedes de partidos políticos e agências bancárias.
Face à sua actividade extremista, “Resistência Galega”, em 2014, foi considerado pelo Supremo Tribunal de Justiça espanhol um grupo terrorista.
Desde 2009 que os líderes desta organização viviam na clandestinidade, tendo sido detidos pelas autoridades espanholas em Junho de 2019, encontrando-se actualmente a aguardar julgamento, sujeitos à medida de coacção de prisão preventiva.
Em Novembro de 2019, após partilha de informações e cooperação policial entre os dois Estados, foi localizado um imóvel em Coimbra, associado aos líderes da “Resistência Galega” e utilizado como “casa de recuo”.
Em cumprimento de um mandado de busca e apreensão emitido pelas autoridades judiciárias competentes, foi apreendido no interior deste espaço bastante material probatório, correlacionado com as actividades terroristas levadas a cabo por este grupo, destacando-se inúmeros utensílios utilizados na fabricação de engenhos/artefactos explosivos, como relógios, temporizadores e telemóveis preparados como dispositivos de activação remota de cargas explosivas; dispositivos pirotécnicos e engenhos explosivos improvisados; uma carga total de aproximadamente 30 quilogramas de pólvora; livros; apontamentos manuscritos; e manifestos de propaganda dos ideais da “Resistência Galega”.
Foi, ainda, apreendida uma panela de pressão utilizada para confinamento de carga explosiva, igual às utilizadas por este grupo terrorista em diferentes atentados, bem como material utilizado para falsificação de documentos, como carimbos de instituições públicas espanholas e plastificadoras a quente.
O material apreendido foi remetido às autoridades espanholas.
No decurso da investigação, além das ligações logísticas a território nacional, não foi identificada qualquer outra ligação efectiva ou envolvimento directo de cidadãos nacionais a esta organização terrorista.
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