“A memória de um povo reflecte-se na beleza do seu património. Terra sem história escrita é árvore sem raízes firmes”. Este é o mote para o lançamento do livro “A Granja do Ulmeiro – Através dos Tempos”, da autoria do historiador João Sérgio Gilzans Freire, natural da Granja do Ulmeiro, cuja apresentação pública terá lugar no dia 19 de Setembro, em Soure, no Pavilhão Multiusos, integrada no programa das festas de São Mateus, e no dia seguinte na Granja do Ulmeiro, com sessão dupla, pelas 15h00 e às 18h00, na Associação da Granja do Ulmeiro (AGU).
A edição deste livro insere-se no “Projecto Raízes”, promovido pela AGU, cujo programa conta ainda, posteriormente, com a apresentação de uma peça de teatro musical e a edição de um segundo livro de peças de teatro de autoria de José Rente.
Aprofundar a identidade da comunidade local é o objectivo do “Projecto Raízes”, pelo que o livro que agora chega ao público conta a história da Granja do Ulmeiro, com séculos de existência, inserida no espaço físico do Baixo Mondego, sobretudo nos concelhos de Montemor-o-Velho e Soure, desde tempos remotos até à actualidade.
Para a realização desta obra, o autor consultou documentos conservados no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, no Arquivo da Universidade de Coimbra, no Museu Municipal, Santos Rocha, na Figueira da Foz, na Secretaria Geral da Educação e Ciência, investigou obras de distintos historiadores portugueses e entrevistou fontes orais da Granja do Ulmeiro, entre outra informação relevante.
A obra está dividida em três partes. A primeira sobre “As Origens” da terra, onde se abordam os primeiros povoadores e os povos que na antiguidade colonizaram o Baixo Mondego, particularmente fenícios, romanos e muçulmanos, principalmente na região de Montemor-o-Velho e Soure, até à criação do Condado Conimbricense, entregue ao conde imigrante D. Henrique, que acompanhado de sua esposa D. Teresa, a 26 de Junho de 1111, concederam através de foral, elevados privilégios aos povoadores de Soure. Neste foral, a Granja do Ulmeiro e o Campo de Soure constavam como parte do termo do Castelo de Soure.
Na segunda parte – “O povoado rural do novo Estado chamado Portugal” – descreve-se a história da Granja do Ulmeiro, inserida nos concelhos de Montemor-o-Velho, primeiramente, e de Soure, posteriormente, desde a formação do Condado Portucalense até à entrada ao serviço da estação ferroviária de Alfarelos, em 1864, bem como factos relevantes dos dois concelhos durante sete séculos e meio de história. Entre outros assuntos, foca-se a história das principais memórias da freguesia: a igreja matriz e a capela de Nossa Senhora da Vida.
A terceira parte, sobre “O pólo ferroviário de Alfarelos”, detalha o desenvolvimento do pequeno povoado agrícola que era a Granja do Ulmeiro e o seu desenvolvimento, após a instalação nesta localidade do caminho-de-ferro, assim como a sua história contemporânea. Nesta, mostra-se o desenvolvimento da Granja do Ulmeiro, fruto do incremento do comércio hospedeiro que o caminho-de-ferro trouxe à povoação, assim como o desenvolvimento do comércio e indústria locais.
Recorda-se a evolução demográfica da Granja do Ulmeiro entre 1875 e 2011, cuja população mais que triplicou, e referencia-se a instrução pública e o processo de construção da escola primária, inaugurada em Junho de 1939.
O desenvolvimento do pólo ferroviário instalado na freguesia permitiu a criação de emprego a naturais da Granja do Ulmeiro e das freguesias vizinhas e recebeu famílias de várias regiões do país, cujos costumes, hábitos e gastronomia dos seus locais de origem enriqueceram culturalmente a Granja do Ulmeiro. Assinala-se a cultura: música, teatro e folclore e o futebol na Granja do Ulmeiro, nos séculos XX e início do século XXI, bem como a imprensa e a rádio locais, entre outros assuntos relevantes da história recente da Granja do Ulmeiro.
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