A vila do Espinhal prepara-se para a 31.ª edição da Feira do Mel, a realizar a 6 de Setembro, marcada pela cada vez menor quantidade deste produto endógeno e este ano num cenário de pandemia covid-19, com todas as restrições que lhe estão inerentes.

“Vamos ter só as bancas do mel e dos produtos endógenos, não haverá artesanato, nem tasquinhas e animação associada ao evento também é muito condicionada”, adianta ao TERRAS DE SICÓ Luís Dias, presidente da Junta de Freguesia do Espinhal, autarquia que juntamente com Câmara de Penela e a Associação de Apicultores Serramel organizam a iniciativa.

A falta de mel, devido à acção demolidora da vespa asiática e às condições atmosféricas desfavoráveis, este ano condiciona – e muito – a participação de apicultores na feira.

“Não teremos muitos apicultores porque não têm mel para vender. Há quem habitualmente consiga 700 ou 800 quilos de mel e este ano não passe dos 20 quilos”, lamenta o autarca, apontando como principal responsável a praga de vespa asiática, que dizimou a produção e pode vir a ser fatal no futuro para este produto natural.

Luís Dias mostra a convicção que “nesta zona a produção de mel vai mesmo acabar, porque estou a ver os apicultores que ainda resistem muito desencorajados”, principalmente pelos danos causados pela vespa asiática, com novos ninhos “a aparecer todos os dias”. “A vespa devora todas as abelhas e isso é desmotivador”, reforça.

Como é tradição, o programa da feira tem início na sexta-feira (4) à noite com a entrega de prémios de mérito escolar Professora Alice Gonçalves a 47 alunos da freguesia do Espinhal.

No sábado (5), à tarde, são inauguradas as exposições da VII Bienal do Humor Luís d´ Oliveira Guimarães [ver caixa] e, pelas 18h00, no Jardim das Gerações, haverá animação com Ensemble da Academia de Música da Filarmónica do Espinhal. À noite, no Largo da Feira, decorre um espectáculo cultural pelo grupo Tomar-lhe o Gosto, com lugares marcados e distanciamento social assegurado.

No domingo (6), a feira do mel abre pelas 8h00, este ano devido à pandemia, com um circuito contínuo na principal artéria do Espinhal, com entrada e saída diferenciadas.

“Vivemos num dilema. Por um lado, não queríamos ter muitas pessoas por causa dos ajuntamentos nestes tempos de covid-19, mas por outro, o nosso desejo era ter muita gente a visitar-nos”, afirma Luís Dias.

Os gaiteiros Toca a Andar, a Filarmónica do Espinhal e outros grupos locais animarão o dia.

Bienal traz humor à Saúde

As portas da VII Bienal do Humor “Luís d’Oliveira Guimarães” abrem no próximo dia 5, para três semanas de exposição dos melhores trabalhos concorrentes ao evento, este ano subordinada ao tema “Rir da e com a Saúde”, destacando-se uma secção dedicada ao retrato-charge, sendo António Arnaut o penelense escolhido por mais de uma centena de artistas, que reproduzem o ‘pai’ do Serviço Nacional de Saúde em 126 trabalhos.

Participaram na bienal, dinamizada pela Casa Família Oliveira Guimarães em parceria com o Município de Penela e a Junta de Freguesia do Espinhal, 480 artistas e cartoonistas, de 74 países, com 1.360 trabalhos.

As exposições pode ser apreciadas, até 27 de Setembro, em cinco locais de Penela (edifício dos Paços do Concelho, Junta de Freguesia do Espinhal, Casa Família Oliveira Guimarães, Associação Cultural e Recreativa de Podentes e Museu da Villa Romana do Rabaçal) e também através de visitas virtuais, entrevistas e testemunhos dos artistas nas redes sociais.