O Partido Socialista e o Partido Social Democrata, com os seus diversos “actores políticos” e ao longo de vários anos de democracia parlamentar, têm vindo a verbalizar todo um conjunto de ideários políticos que importa escalpelizar pois que eles, em si, condicionam a vida dos cidadãos.
Nessa lógica, cada uma dessas forças políticas – Partido Socialista e o Partido Social Democrata, versando e reflectindo a sua atuação no Estado enquanto entidade pública e à relação que estabelece com os cidadãos – importa realçar a sua influência, maior ou menor, que cada uma pode ter na sociedade, nos seus diferentes e variados aspectos, sejam eles ao nível da economia, da educação, da saúde, da segurança social e outros.
Sem descurar o que é óbvio e comummente aceite de que o Partido Socialista representa mais um ideário de esquerda e o Partido Social Democrata mais de direita, a verdade é que, por vezes, essa associação é condicionada, desde logo, pela esfera económica, por imposições de terceiros, sejam da União Europeia ou dos ditos “resgates” económicos impostos a Portugal, onde essa dicotomia tende a esbater-se, condicionando, politica e ideologicamente, a actuação desses partidos.
Por ser assim, devemos procurar ir um pouco mais longe no sentido de encontrar outras diferenças que possam justificar a actuação, as opções politicas, tanto do Partido Socialista como do Partido Social Democrata.
Se o Partido Socialista e o Partido Social Democrata são defensores de eleições livres, de um estado de direito, de uma economia de mercado, da propriedade privada, de um estado laico – entendido como a assunção de diversas religiões e pela prática livre de diversos cultos -, qual então a razão para que o Partido Socialista seja visto como uma força social-democrata e o Partido Social Democrata como uma entidade conservadora?
A razão tem na sua base, na nossa modesta perspectiva, causas que podem encontrar-se no facto de o socialismo ter sido denominado pela corrente da social-democracia – com raízes moderadas e parlamentares -, consubstanciada na consolidação do Estado Providência, tendo como oponente ideológico o Conservadorismo que, como se sabe, evoluiu para a corrente neoliberal na qual se enquadra o Partido Social Democrata – implicando que este se tivesse tornado, em algumas questões, mais libertário.
Contudo, outras razões existem para diferenciar o Partido Socialista e o Partido Social Democrata, como sejam:
– Para o Partido Social Democrata há uma maior primazia da autonomia da sociedade civil, enquanto que o Partido Socialista identifica-se mais com alguma primazia do Estado em relação à Sociedade Civil;
– Para o Partido Socialista existe a necessidade de um maior envolvimento do Estado como investidor na vida social e económica, defendendo, por sua vez, o Partido Social Democrata um Estado menos envolvido na vida económica sendo disso exemplo a privatização de algumas empresas públicas, como sejam a TAP, os CTT e a EDP;
– Diferenciam-se, ainda, pelo fato de, para o Partido Social Democrata os mercados funcionam melhor com pouca ou nenhuma interferência do Estado. Ao contrário do Partido Socialista que entende que os mercados não devem ser totalmente livres considerando-os falíveis devendo, por isso, em alguns aspectos, serem regulamentados.
Neste conspecto, embora houvesse muitas outras questões a desenvolver e a ponderar, consideramos que as expostas serão suficientes de molde a poder demonstrar algumas das diferenças programáticas entre os dois partidos e que podem condicionar a sua acção política.
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