São já 121 famílias no concelho de Condeixa que aderiram ao projecto Bioverde, de incentivo à compostagem doméstica, dinamizado desde Janeiro de 2019 pela Câmara Municipal e financiado no âmbito do POSEUR – Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso dos Recursos. Mais de uma dezena aguardam a acção de formação a realizar em breve e a respectiva entrega do compostor, adianta ao TERRAS DE SICÓ Helena Bigares, chefe da Divisão de Ambiente e Serviços Urbanos, admitindo que não fora os condicionalismos provocados pela pandemia e o objectivo de atingir duas centenas de habitações estaria a concluir-se.
“Tentámos nos últimos anos fazer uma alteração na forma como a população gere os seus resíduos e temos actuado em várias áreas”, salienta aquela responsável, destacando neste caso os resíduos orgânicos ou bioresíduos, materiais de origem biológica que apodrecem facilmente na Natureza.
Dos cerca de 320 kg de resíduos que, em média, cada habitante do concelho de Condeixa produz por ano, uma centena são bioresíduos. Falamos, por exemplo, de cascas de vegetais, legumes, hortaliças, fruta, borras de café, guardanapos usados, ou resíduos de jardim, como aparas de relva até folhas e ramos secos, que com a compostagem evitam ter como destino os contentores de “lixo comum”.
Assim, com o projecto Bioverde, sob o lema ‘Compostar, outra forma de reciclar’, a autarquia condeixense pretende fomentar a redução da quantidade de resíduos enviada para aterro, retirando os resíduos orgânicos daqueles que normalmente vão ter ao contentor do lixo. Este processo natural de decomposição de matéria orgânica transforma os resíduos orgânicos num composto com aspecto e características semelhantes a solo fértil. A compostagem é assim uma técnica simples e eficaz de valorização de resíduos, que poupa os custos ambientais (poluição) e económicos de transporte e deposição em aterro, que permite reciclar a matéria orgânica devolvendo-a ao solo sob a forma de fertilizante natural.
O projecto de compostagem doméstica, pioneiro na região centro do país, “começou a ser pensado em 2015” e tem previsto abranger 200 habitações. As famílias residentes em Condeixa são desafiados a ser “agentes de mudança”, valorizando os seus resíduos urbanos biodegradáveis.
Os interessados podem aderir preenchendo o formulário disponível no BIA – Balcão Integrado de Atendimento ou no site do Município, recebendo um kit de compostagem constituído por compostor, arejador e balde doméstico e ainda um manual prático de compostagem. A entrega deste material é precedida de sessão de formação sobre o processo de compostagem.
As reacções ao projecto têm sido positivas, afirma Helena Bigares, revelando que “há famílias que dizem que está a correr tão bem que pedem outro compostor”, algo que no entanto não é permitido pelo regulamento.
As directivas comunitárias obrigam Portugal a uma alteração de paradigma na separação dos bioresíduos nos próximos anos e “é este caminho de antecipação que Condeixa iniciou”, num processo de mudança de mentalidades na gestão dos resíduos”. O país terá nos próximos anos de reduzir a produção e deposição dos resíduos orgânicos em aterro.
[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]
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